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Estados Unidos: Visões Brasileiras - Funag

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Não se pretende fazer uma análise ex post lactum e afirmar queas coisas poderiam se ter passado de modo diferente. Não é possível,porém, deixar de assinalar que muito do envolvimento - em muitos casos,engajamento militar - norte-americano no exterior pode ser atribuído aum erro de apreciação dos motivos da ação do adversário. Além de faltar,em muitos casos, uma definição por antecipação de quais os reais interessesnorte-americanos, confundidos ou não com os do Ocidente - valha o ‘quevalha essa construção ideológica, defensiva e ofensiva a um tempo, eque, desde o fim da Segunda Guerra, foi transformada em realidadeeconômica, política e cultural e incorporada ao vocabulário e à ação daschancelarias, apesar de seu sentido excludente das demais culturas.A Guerra da Coréia foi um exemplo típico do que pretendo dizer:poucos se lembraram, no momento em que a Coréia do Norte atravessouo paralelo 38, de que o secretário de Estado havia declarado que a Coréiado Sul não era parte do dispositivo defensivo dos <strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong> noExtremo Oriente. Exceto em Berlim - posição cuja importância políticafundamental para o Ocidente, isto é, para o prestígio dos <strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong>na Europa e em outras regiões, sempre foi afirmada - o que se verificaem muitos dos envolvimentos e engajamentos obedece ao ritmo de açãoque o senador J. William Fulbright afirmava ter sido o da diplomacianorte-americana na intervenção dos <strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong> na RepúblicaDominicana em 1965: “A política dos <strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong> na crise dominicanafoi caracterizada no início por um excesso de timidez e, subseqüentemente,por uma reação excessiva. Durante toda a crise, foi também caracterizadapor uma falta de sinceridade [a lack 01 candor]”. Ao que poderiaacrescentar que muitos envolvimentos foram determinados não por falta,mas por excesso de ingenuidade ... Há ainda envolvimentos, quando nãoengajamentos, em que o ritmo é o inverso: inicialmente uma reaçãoexcessiva, seguida de uma ação tímida, quando não de uma retirada. Apolítica de Eisenhower no Líbano foi um bom exemplo desse tipo de ação.256

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