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Estados Unidos: Visões Brasileiras - Funag

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Grande parte das “ameaças difusas” – a destruição ambiental, onarcotráfico, os surtos de racismo e xenofobia, as violências mais elementaresaos direitos humanos – são a matéria de preocupação liberal-humanitárianos <strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong> e alhures. Mas, por analogia com o governo Kennedy,foram incorporados como matéria de política externa – umainstrumentalização que, também agora, serve à cooptação do iberalismohumanitário. As grandes questões envolvidas na “segurança cooperativa”constituem empiria rica de informações para os que trabalham com umanoção ampla de hegemonia. Por outro lado, e como ocorre com a democracia,seu uso, associado aos objetivos explícitos de uma política externa, alimentaconservadorismos de toda espécie, inclusive nacionalismos autoritários, quese valem deste uso para negar a substância das questões e a mobilizaçãocrescente que elas provocam, para além de interesses políticos imediatistas.Para os defensores da “primazia”, a estratégia de coalizões daGuerra Fria é insuficiente. Só a hegemonia garante a estabilidade, aunipolaridade pode e deve ser mantida, a “paz é o resultado de umdesequilíbrio de poder” de tal modo que os <strong>Estados</strong> <strong>Unidos</strong>, unilateralmente,estejam em condições “de intimidar todos os desafiantes potenciais e deproteger todos os parceiros”. Não basta ser primus inter pares – umaexpressão que, aliás, faz supor alguma forma de escolha e que seria própriado “envolvimento seletivo” –, mas primus solus. 40A preocupação essencial é com as trajetórias de grandes potênciaspresentes e futuras: China ou Rússia, mas também o Japão e os membrosmais importantes da União Européia (Alemanha, França, Grã-Bretanha),que podem emergir como “pares competidores”, ameaçando a supremaciapolítica, econômica e militar americana.40 Ver as contribuições ao volume organizado por Kapstein e Mastanduro, citado na nota 38.Tanto para estes autores quanto para Posen e Ross, em sua apresentação da “primazia”, éessencial a noção de “estabilidade hegemônica” e a referência básica é Gilpin, Robert. Warand change in world politics, Grã-Bretanha: Cambridge University Press, 1981. Ver tambémKrauthammer, Charles. The unipolar moment. Foreign Affairs, v. 70, n° I, 1991, p. 23-33.57

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