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Sociedade, Tecnologia e Inovação Empresarial - Presidente da ...

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quase quinhentos anos foram pobres em termos de consciência socialcrítica e do valor do trabalho, conduzindo a uma socie<strong>da</strong>de pobre eminiciativas culturais e industriais bem como na percepção do valor emérito do risco e <strong>da</strong>s atitudes empreendedoras, para já não falar novalor <strong>da</strong>s compensações honestas que se podem conseguir, e agorasentimos os seus efeitos em muitas áreas, uma <strong>da</strong>s quais é umtecido industrial pobre e pouco evoluído sob o ponto de vista técnicoe científico.Quinhentos anos de orientação social medíocre têm mesmo de produzirefeitos, e ain<strong>da</strong> hoje parece ser socialmente mais comum rezarpor milagres ou imputar a maioria <strong>da</strong>s responsabili<strong>da</strong>des a um chefe,uma instituição ou um governo, do que trabalhar para obter soluções.Quando confrontado com esta ideia, um Amigo meu dizia-me, semanasatrás e com ironia bem medi<strong>da</strong>, que admitia a possibili<strong>da</strong>de dosmelhores exemplares humanos portugueses se terem perdido definitivamentecom D. Sebastião, por ocasião <strong>da</strong> malfa<strong>da</strong><strong>da</strong> expedição aÁfrica. Sendo ver<strong>da</strong>de que D. Sebastião se fez acompanhar pela finaflor nacional então existente, isso poderia explicar um declínio adicionalna quali<strong>da</strong>de dos genes à disposição <strong>da</strong> Nação para a construção<strong>da</strong>s gerações futuras. Curiosamente, um outro Amigo meu dizia-me,posteriormente e com ironia acresci<strong>da</strong>, que a expedição a África foiprovidencial, pois se perderam definitivamente os piores genes <strong>da</strong> nação,e não os melhores. Qual será a ver<strong>da</strong>de e quais as consequências destasituação transcende a minha capaci<strong>da</strong>de de análise, mas o facto é quea reduzi<strong>da</strong> industrialização <strong>da</strong> nossa socie<strong>da</strong>de, e ain<strong>da</strong> mais a sua reduzi<strong>da</strong>literacia científica e tecnológica, parecem ter profun<strong>da</strong>s raízes históricase sociais que vão demorar gerações a ser ultrapassa<strong>da</strong>s, exigindopara tal pessoas que não estejam dispostas a ser influencia<strong>da</strong>s pelosmedos e fantasmas do passado.A questão central do desenvolvimento de know-how próprio numaempresa de base industrial, e na socie<strong>da</strong>de, bem como a efectiva valorizaçãoeconómica, produção, endogeneização, utilização e distribuiçãode tecnologias, parece ter uma raiz cultural e não técnica,económica ou financeira. Por outras palavras, falar <strong>da</strong>s bases tecnológicas<strong>da</strong> inovação empresarial, em Portugal, obriga a falar <strong>da</strong>s pes-Debates2 0 2<strong>Socie<strong>da</strong>de</strong>, <strong>Tecnologia</strong> e <strong>Inovação</strong> <strong>Empresarial</strong>

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