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universidade federal do rio grande do sul instituto de filosofia e ...

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1284 NA CASA DAS EMPREGADAS: INTERDEPENDÊNCIA EANTAGONISMOEstan<strong>do</strong> situada a empregada <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> seu espaço cotidiano <strong>de</strong> serviçoremunera<strong>do</strong> no último capítulo, preten<strong>do</strong> agora penetrar na sua vida fora <strong>do</strong>lugar <strong>de</strong> emprego: no seu âmbito social e familiar. Ao entrar no cotidiano emparticular <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> familiar, busco <strong>de</strong>monstrar como, para essas mulherespobres, o serviço <strong>do</strong>méstico não é uma escolha aleatória <strong>de</strong> sustento.Examinan<strong>do</strong> sua organização familiar, no seu local <strong>de</strong> moradia, ressaltarei oquanto este tipo <strong>de</strong> ocupação encaixa-se como possibilida<strong>de</strong> versátil para oseu mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> vida, o quanto a relação patrão/empregada se insere <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>uma lógica que rege também suas próprias relações familiares.Neste capítulo, não <strong>de</strong>ixo as patroas completamente <strong>de</strong> la<strong>do</strong>. Elascontinuam estan<strong>do</strong> presentes, <strong>de</strong> maneiras diferentes, mesmo no espaço <strong>do</strong>bairro popular – pelos objetos empresta<strong>do</strong>s, pelas ajudas esperadas, pelosestilos estéticos copia<strong>do</strong>s 81 . No entanto, para não reduzir as empregadas àsua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> servi<strong>do</strong>ras <strong>do</strong>mésticas, tentei reconstituir suas experiênciasnuma dimensão mais ampla, esten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> meu olhar para suas relações navida privada e na sociabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> bairro.Para conhecer esse la<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua existência – um la<strong>do</strong> freqüentementeesqueci<strong>do</strong> nas análises acadêmicas sobre empregadas <strong>do</strong>mésticas –, resolvimorar por algum tempo em um bairro da periferia on<strong>de</strong> sabia que muitasempregadas viviam. Minha escolha recaiu sobre o bairro Jardim Veneza,81 No próximo capítulo, “Negocian<strong>do</strong> a igualda<strong>de</strong>...”, esta presença da patroa no bairro volta aser analisada com maior ênfase.

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