universidade federal do rio grande do sul instituto de filosofia e ...
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205No supone la admisión por parte <strong>de</strong> los pobres <strong>de</strong>l paternalismo enlos propios términos <strong>de</strong> la gentry o en la imagem ratificada que éstatenía <strong>de</strong> sí misma. Es posible que los pobres estuvieran dispuestosa premiar con su <strong>de</strong>ferencia a la gentry, pero sólo a un cierto precio.El precio era substancial. Y la <strong>de</strong>ferencia estaba a menu<strong>do</strong> privada<strong>de</strong> toda ilusión: <strong>de</strong>s<strong>de</strong> abajo podía consi<strong>de</strong>rarse en parte necessáriapara La autoconservación, en parte como la extracción calculada <strong>de</strong>to<strong>do</strong> lo que pudiera extraerse. Visto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> esta perspectiva, lospobres impusieron a los ricos <strong>de</strong>beres y funciones paternalistas,tanto como se les imponía a ellos la diferencia. Ambas partes <strong>de</strong> laecuación estaban restringidas a um mismo campo <strong>de</strong> fuerza(THOMPSON, 1979, p.104).O jogo embuti<strong>do</strong> nas relações paternalistas, típica das relações entreempregadas <strong>do</strong>mésticas e seus patrões em nossa socieda<strong>de</strong>, é um exemploon<strong>de</strong> po<strong>de</strong>mos encontrar trocas semelhantes a estas <strong>de</strong>scritas por Thompson.As estruturas que or<strong>de</strong>nam a contratação/ prestação <strong>de</strong>sses serviços sãomarcadas fortemente pelos grupos <strong>do</strong>minantes que estabelecem preços <strong>do</strong>serviço <strong>do</strong>méstico e exigem atitu<strong>de</strong>s servis <strong>de</strong> seus emprega<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>marcan<strong>do</strong>sempre relações hierárquicas. Por seu la<strong>do</strong>, as empregadas retiram <strong>de</strong>ssesistema muito mais <strong>do</strong> que legitimamente ele oferece. Materialmente<strong>de</strong>sfrutam da circulação <strong>de</strong> patrimônio, seja através <strong>do</strong>s presente recebi<strong>do</strong>s,seja através <strong>do</strong>s furtos, lançan<strong>do</strong> mão <strong>do</strong> mesmo referencial i<strong>de</strong>ológico <strong>do</strong>spatrões: agem com esperteza. Em troca, <strong>de</strong>volvem-lhes servilida<strong>de</strong>, prestígioe amiza<strong>de</strong>, completan<strong>do</strong> o círculo <strong>de</strong> dádiva-<strong>do</strong>m. Trata-se <strong>de</strong> uma trocasocial, como diz Thompson, "<strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> ilusões", on<strong>de</strong> ambos os la<strong>do</strong>sestavam obriga<strong>do</strong>s a se mover num "mesmo campo <strong>de</strong> forças".Dos roteiros encobertos à cidadania contextualizadaOs ritos <strong>de</strong> interação entre a gentry e os plebeu <strong>de</strong>scritos porThompson assemelham-se aos roteiros públicos (public transcript), conceitocunha<strong>do</strong> por J. Scott. O interesse <strong>de</strong>ste último teórico, além <strong>de</strong> ter trazi<strong>do</strong>noções <strong>de</strong> Thompson para o estu<strong>do</strong> etnográfico <strong>de</strong> acontecimentos