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universidade federal do rio grande do sul instituto de filosofia e ...

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55pesquisa estu<strong>do</strong> as relações entre patrões e empregadas tanto no local <strong>de</strong>trabalho (casa <strong>do</strong>s patrões), como no local <strong>de</strong> moradia das trabalha<strong>do</strong>ras.1.2.4 A origem da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>A submissão contida no serviço <strong>do</strong>méstico é i<strong>de</strong>ntificada, pela maiorparte <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res, com a origem patriarcal da socieda<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rna. Adivisão sexual <strong>do</strong> trabalho para to<strong>do</strong>s estes estu<strong>do</strong>s é fruto <strong>de</strong> uma<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> ontológica entre homens e mulheres 29 a qual se complexificouna socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> classe pela sobreposição da exploração masculina àexploração produtiva. Este argumento estabelece uma dicotomia entre mun<strong>do</strong>público e priva<strong>do</strong> or<strong>de</strong>nada pela diferenciação sexual, toman<strong>do</strong> por base adivisão social <strong>do</strong> trabalho nas socieda<strong>de</strong>s industrializadas, nas quais seinstalou a separação entre produção e consumo. Decorre daí a tese <strong>de</strong> que asubordinação feminina <strong>de</strong>ve-se ao seu atrelamento ao trabalho <strong>do</strong>méstico 30 ,i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> com o mun<strong>do</strong> da casa, da família, da <strong>do</strong>mesticida<strong>de</strong>, das emoçõesem contraposição ao <strong>do</strong>mínio masculino <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> da rua, <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, daobjetivida<strong>de</strong> (ROSALDO, 1979).O problema <strong>de</strong>sses argumentos é que partem <strong>de</strong> pressuposições já<strong>de</strong>smontadas, como a da teoria da evolução da família <strong>de</strong> Engels (1980). Nateoria engeliana, a família teria evoluí<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>smo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> produção até <strong>de</strong>sembocar na forma da família monogâmica.Embora tenha <strong>gran<strong>de</strong></strong> popularida<strong>de</strong> entre analistas <strong>de</strong> fora <strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s<strong>de</strong> parentesco, esta perspectiva foi duramente questionada, mostran<strong>do</strong> que sebaseava em meto<strong>do</strong>logias inconsistentes, como da<strong>do</strong>s basea<strong>do</strong>s em fontesmitológicas (sobre matriarca<strong>do</strong>) e a confusão entre sistema e termos <strong>de</strong>29 Como nas análises <strong>de</strong> Balandier (1976) , e mais recentemente nas discussões <strong>de</strong> Heritier(1999)30 Sobre esta discussão ver Cho<strong>do</strong>row (1979) e Ortner (1979), todas refutadas por Rosal<strong>do</strong>(1995).

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