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universidade federal do rio grande do sul instituto de filosofia e ...

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13Tentan<strong>do</strong> melhor compreen<strong>de</strong>r essa relação "fora <strong>de</strong> lugar" no seio dafamília brasileira, elegi esmiuçar, no meu trabalho <strong>de</strong> campo, a relação entrepatrões e empregadas <strong>do</strong>mésticas. Para tratar <strong>de</strong>sta relação, uma vez quesou patroa e seguin<strong>do</strong> a tradição antropológica <strong>de</strong> pensar o “outro”, optei pordar ênfase especial, neste trabalho, ao ponto <strong>de</strong> vista da empregada. Estaopção aliada ao emprego <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> pesquisa antropológico – o qualcarece na maior parte da literatura – acabou por jogar nova luz sobre astensões <strong>de</strong>finidas acima mostran<strong>do</strong> que: 1) as diferenças <strong>de</strong> organização<strong>do</strong>méstica e <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s econômicas experimentadas por patroas eempregadas acabam por gerar uma complentamentarida<strong>de</strong> estratificadaque justifica o serviço <strong>do</strong>méstico em nossa socieda<strong>de</strong>; 2) existem dinâmicasfamiliares próprias <strong>do</strong>s grupos populares, nas quais, o serviço <strong>do</strong>mésticoacaba por mostrar-se mais compatível <strong>do</strong> que outras formas <strong>de</strong> trabalho; e 3)é possível reconhecer nas experiências <strong>de</strong> subalternida<strong>de</strong> que estas mulheresvivenciam tanto no espaço <strong>de</strong> trabalho como na vida familiar, formas <strong>de</strong>participação que não são previstas na maior parte da literatura sobrecidadania.JustificativaO tema <strong>de</strong> empregadas <strong>do</strong>mésticas mostra-se <strong>de</strong> <strong>gran<strong>de</strong></strong> atualida<strong>de</strong>,pois diz respeito a uma proporção importante da população feminina. Aocontrá<strong>rio</strong> das estimativas que acreditavam no fim <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong>méstico, aproporção das mulheres envolvidas nesta ativida<strong>de</strong> não tem <strong>de</strong>clina<strong>do</strong> nosúltimos anos. Nos países com economias capitalistas periféricas, asempregadas <strong>do</strong>mésticas, em geral, ainda constituem a maior categoriaocupacional feminina. Nos países com alto <strong>de</strong>senvolvimento capitalista, on<strong>de</strong>já foi praticamente inexistente, o serviço <strong>do</strong>méstico voltou a crescer 2 .2 Mais adiante mostraremos esses da<strong>do</strong>s estatísticos.

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