12.07.2015 Views

universidade federal do rio grande do sul instituto de filosofia e ...

universidade federal do rio grande do sul instituto de filosofia e ...

universidade federal do rio grande do sul instituto de filosofia e ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

60menor relevância na sua análise que se direciona para a compreensão <strong>de</strong>como a categoria mulher se estrutura entre valores tradicionais e mo<strong>de</strong>rnos. Aautora escolhe a relação social entre empregadas e patroas, localizada noambiente <strong>do</strong>méstico, justamente por este espaço compreen<strong>de</strong>r papéis efunções sociais da mulher (mãe e esposa), assim como tarefastradicionalmente <strong>de</strong>finidas como femininas (papéis e funções como <strong>do</strong>nas <strong>de</strong>casa). Para ela:a empregada <strong>do</strong>méstica, enquanto mulher, compartilha estesmesmos papéis e funções na sua unida<strong>de</strong> <strong>do</strong>méstica, mas também<strong>de</strong>sloca-se para uma outra, on<strong>de</strong> exercerá, num trabalhoassalaria<strong>do</strong>, as mesmas funções, mas não os mesmos papéis.[Então, nesta relação existe uma] combinação entre uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>(um campo <strong>de</strong> reconhecimento estruturadamente comum) e uma<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social que torna possível o trabalho assalaria<strong>do</strong> daempregada <strong>do</strong>méstica e sua relação com a patroa (1991, p.11).Através <strong>de</strong>stes <strong>do</strong>is trabalhos, po<strong>de</strong>mos ver o quão importante são asanálises que ressaltam as representações <strong>do</strong>s atores envolvi<strong>do</strong>s nas relações,pois nos auxiliam a matizar e compreen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma significativa as formascotidianas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> e po<strong>de</strong>r.É possível notar na produção das Ciências Sociais sobre o serviço<strong>do</strong>méstico, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 70, um <strong>de</strong>sconforto compreensível <strong>do</strong>sintelectuais com as situações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> que o serviço <strong>do</strong>mésticoengendra. Questões importantes sobre como o gênero, a classe e a etniaentrelaçam disparida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> direitos são revela<strong>do</strong>s nos textos. Porém, a noção<strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> que a maioria <strong>de</strong>stes autores articula se baseia em injustiçasprovenientes <strong>de</strong> um mun<strong>do</strong> tradicional (veja as referências apatriarcalismo/maternalismo/clientelismo); as quais eludiríam-se com o<strong>de</strong>senvolvimento da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. Como questionam Milkmann, Reese eRoth: “o problema <strong>de</strong>ssas perspectivas é partir <strong>do</strong> pressuposto equivoca<strong>do</strong> <strong>de</strong>que relações sociais extremamente <strong>de</strong>siguais são incompatíveis com ascondições sociais mo<strong>de</strong>rnas” (1998, p. 151).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!