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universidade federal do rio grande do sul instituto de filosofia e ...

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16ganhava no máximo um Salá<strong>rio</strong> Mínimo (SM) 6 . Como um to<strong>do</strong> para o Brasil,até 1995 19% das <strong>do</strong>mésticas não perfaziam um rendimento maior que meioSM. A jornada <strong>de</strong> trabalho da <strong>do</strong>méstica não é <strong>de</strong>limitada por lei, em médiafican<strong>do</strong> entre 40 a 50 horas <strong>de</strong> trabalho semanais, mas em Recife, Fortaleza eSalva<strong>do</strong>r a média po<strong>de</strong> chegar a 49 horas. Os direitos trabalhistas ainda sãolimita<strong>do</strong>s (os trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong>mésticos não têm garanti<strong>do</strong> o FGTS e menos <strong>de</strong>um quarto da categoria tem carteira <strong>de</strong> trabalho registrada) e valem poucoante as relações clientelistas <strong>de</strong> negociação <strong>do</strong> trabalho. Essas condiçõespo<strong>de</strong>m ser agravadas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> da região analisada e da inserção <strong>de</strong>recortes como raça e faixa etária 7 .A julgar pelo <strong>de</strong>staque que as mulheres vêm ganhan<strong>do</strong> em outrossetores ocupacionais, o serviço <strong>do</strong>méstico revela ainda outro la<strong>do</strong> da<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> no inte<strong>rio</strong>r da socieda<strong>de</strong> brasileira: que muitas das conquistas<strong>de</strong> emancipação feminina eclodidas a partir <strong>do</strong>s anos sessenta são restritasao espaço <strong>de</strong> certa classe social. Veja-se o crescimento da participaçãofeminina em profissões <strong>de</strong> maior qualificação, que exigem formaçãouniversitária, on<strong>de</strong> o merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho feminino tem-se mostra<strong>do</strong> emexpansão. Profissões como engenharia, arquitetura, medicina e direito, atéentão <strong>de</strong> <strong>do</strong>mínio masculinos, têm recebi<strong>do</strong> cada vez mais ingresso <strong>de</strong>mulheres. Em algumas profissões como o direito, por exemplo, a participaçãofeminina saltou <strong>de</strong> 21% em 1980 para 91,30% em 1991. Mesmo que emmuitas áreas ainda se verifique rendimentos menores para as mulheres, elasestão toman<strong>do</strong> lugar consi<strong>de</strong>rável em "profissões técnicas e científicas <strong>de</strong>prestígio". Como alavanca <strong>de</strong>stas, Bruschinni e Lombardi consi<strong>de</strong>ram a"intensa transformação cultural" <strong>do</strong>s anos 60 que levou as mulheres à busca<strong>de</strong> formação universitária (1999, p. 20 e 23). Enquanto estes movimentos(inclua-se aí o feminismo) retiraram as mulheres <strong>de</strong> classes média e alta <strong>do</strong>smuros <strong>do</strong>mésticos, eles não surtiram o mesmo efeito para as mulheres mais6 Nas <strong>gran<strong>de</strong></strong>s metrópoles, 91% das empregadas <strong>do</strong>mésticas ganham pelo menos um SM,mas a <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> persiste nas capitais nor<strong>de</strong>stinas.7 Da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s em Bruschini e Lombardi (1999).

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