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universidade federal do rio grande do sul instituto de filosofia e ...

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66sangue e a reciprocida<strong>de</strong> entre ricos e pobres, <strong>do</strong> que com a promoção <strong>do</strong>indivíduo.1.4.3 Higiene e Domesticida<strong>de</strong>Ainda sobre os processos que tentaram promover o afastamento <strong>do</strong>scria<strong>do</strong>s <strong>do</strong> seio da família burguesa, cabe lembrar o <strong>de</strong>senvolvimento dascrenças sobre higiene para enten<strong>de</strong>r como as novas sensibilida<strong>de</strong>s vieram anortear a vida das <strong>do</strong>nas-<strong>de</strong>-casa mo<strong>de</strong>rnas Essa lógica, como sugeremhistoria<strong>do</strong>res sociais, seria fruto <strong>de</strong> um longo processo no qual as <strong>do</strong>nas-<strong>de</strong>casadas camadas médias e alta foram progressivamente imbuídas <strong>de</strong> certasnoções sobre a limpeza.G. Vigarello (1996), por exemplo, ao historicizar a higiene corporal,<strong>de</strong>screve uma época, ainda no século XVI, quan<strong>do</strong> a toalete tinha menos aver com o emprego da água na limpeza da pele <strong>do</strong> que com os cuida<strong>do</strong>s coma roupa branca. A concepção <strong>de</strong> limpeza, naquele momento, não estavaassociada à higiene, mas a um princípio moral. Vigarello preten<strong>de</strong> que “otrunfo das mãos limpas e <strong>do</strong> rosto liso não é sanitá<strong>rio</strong>. A obrigação é moral.Seu objeto é a <strong>de</strong>cência, antes <strong>de</strong> ser a higiene. O preceito pertence mais àtradição <strong>do</strong> clérigo <strong>do</strong> que à <strong>do</strong> médico.” (1996, p. 51).Somente no século XIX irá surgir a palavra higiene relativa à saú<strong>de</strong>,como um “conjunto <strong>de</strong> dispositivos e saberes que favorecem suamanutenção”. Essa idéia é <strong>de</strong>ve<strong>do</strong>ra da concretização, da visibilida<strong>de</strong> que osmicroorganismos ganham nas pesquisas <strong>de</strong> Pasteur. Nas suas lâminas, peloprocesso da coloração e com auxílio <strong>do</strong> microscópio, é possível enxergar ogerme, como diz o autor, “<strong>de</strong>tectável”. A limpeza mo<strong>de</strong>rna se constituirá“contra a valorização <strong>do</strong> visível” e nesse senti<strong>do</strong> ela servirá <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong> àciência. A hipótese <strong>de</strong> Vigarello (1996) é <strong>de</strong> que as transformações da prática

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