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universidade federal do rio grande do sul instituto de filosofia e ...

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15configuran<strong>do</strong>-se na maior categoria ocupacional feminina <strong>do</strong> país (ABREU etal, 1990). As pesquisas sobre serviço <strong>do</strong>méstico apresentam, em geral, asempregadas <strong>do</strong>mésticas como aquelas mulheres que se encontram entre apopulação mais pobre, a qual recebe as piores remunerações e possuemeducação mínima. Em geral, são mulheres migrantes e suas culturas e raçassão consi<strong>de</strong>radas infe<strong>rio</strong>res. Constitucionalmente as empregadas <strong>do</strong>mésticasnão dispõem <strong>do</strong>s mesmos direitos que os <strong>de</strong>mais trabalha<strong>do</strong>res. Por exemplo,no Brasil, o Fun<strong>do</strong> <strong>de</strong> Garantia por Tempo <strong>de</strong> Serviço – FGTS – ainda não élei, portanto, trata-se <strong>de</strong> uma livre negociação entre patrões e empregadas<strong>do</strong>mésticas. Desta forma, raramente as trabalha<strong>do</strong>ras usufruem <strong>do</strong> salá<strong>rio</strong><strong>de</strong>semprego. A folga da empregada <strong>do</strong>méstica, garantida pela lei, é <strong>de</strong>apenas um dia semanal e po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada exclusivamente pelospatrões. Este quadro é extremamente semelhante em toda a América Latina 5As análises sobre as transformações <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho femininona década <strong>de</strong> noventa no Brasil <strong>de</strong>monstram que a inserção da mulherbrasileira no merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> trabalho tem se da<strong>do</strong> <strong>de</strong> forma diferenciada. Àpermanência <strong>de</strong> situações <strong>de</strong> extrema precarieda<strong>de</strong> salarial e <strong>de</strong> direitos paraa <strong>gran<strong>de</strong></strong> maioria das trabalha<strong>do</strong>ras envolvidas em ocupações femininastradicionais como enfermagem, magisté<strong>rio</strong> e trabalho <strong>do</strong>méstico, contrapõe-seum pólo em franca expansão, on<strong>de</strong> as brasileiras vêm ocupan<strong>do</strong> espaços emprofissões <strong>de</strong> maior qualificação e rendimento, campos antesprepon<strong>de</strong>rantemente masculinos como a medicina, o direito, a arquitetura(BRUSCHINE e LOMBARDI, 1999) ..A partir <strong>de</strong>stas análises, o serviço <strong>do</strong>méstico po<strong>de</strong> ser visto comoevidência da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social da nossa socieda<strong>de</strong>. Ele <strong>de</strong>sponta entre asocupações femininas <strong>do</strong> pólo da precarieda<strong>de</strong>, apresentan<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s maiorescontingentes da força <strong>de</strong> trabalho feminino (cerca <strong>de</strong> 27%) e on<strong>de</strong> seencontram as mais baixas remunerações. Em 1991, 72,5 % da categoria5 Veja , por exemplo, em Chaney e Garcia Castro, 1993.

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