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universidade federal do rio grande do sul instituto de filosofia e ...

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56parentesco. Dentro <strong>de</strong> uma perspectiva evolucionista, estas análises<strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ram, por exemplo, as particularida<strong>de</strong>s etnográficas e históricas dasorganizações <strong>do</strong> parentesco, construin<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>los homogeneizantes quetomam como parâmetro realida<strong>de</strong>s muito próximas das representações <strong>do</strong>spróp<strong>rio</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res (LÉVI-STRAUSS, 1966; BAMBERGER, 1979; eCORREA, 1994).Partin<strong>do</strong> <strong>de</strong> premissas <strong>de</strong>sta natureza – por exemplo, <strong>de</strong> que a famíliamonogâmica seja a forma natural da organização familiar – nestas pesquisasé comum o relacionamento homem/mulher tomar como base a famíliaconjugal mo<strong>de</strong>rna. Farias (1983), como muitos outros autores que escrevemsobre este tema, faz uma esquematização da “relação entre os sexos” nomun<strong>do</strong> capitalista que se inicia através da formação <strong>do</strong> casal e daí segue nasjá conhecidas separações entre público-merca<strong>do</strong> / priva<strong>do</strong>-família.Em Between Women: <strong>do</strong>mestics and their employers, Judith Rollins(1990) – autora que analisaremos com mais profundida<strong>de</strong> na seção seguinte –transpõe o conceito <strong>de</strong> patriarca<strong>do</strong> para o <strong>de</strong> matriarca<strong>do</strong> para justificar asubserviência <strong>do</strong>s cria<strong>do</strong>s nestas relações assimétricas entre mulheres. Dessaforma, no entanto, a autora acabou restringin<strong>do</strong> essas relações a empregadase patroas – subtrain<strong>do</strong> homens e crianças das suas análises – além <strong>de</strong>submeter relações observadas pontualmente a explicações generalizantessobre a condição feminina.Entretanto, uma ressalva é importante. Em 1985, época da publicação<strong>do</strong> livro <strong>de</strong> Rollins (década da maior parte da produção acadêmica sobreserviço <strong>do</strong>méstico), a discussão feminista colocava um acento muito forte naspesquisas que pu<strong>de</strong>ssem <strong>de</strong>svelar a opressão feminina. Esse posicionamentoimpedia que se pensasse numa dimensão relacional, a qual o conceito <strong>de</strong>gênero veio logo trazer. Em 1980, Rosal<strong>do</strong> já havia revisa<strong>do</strong> seus argumentossobre a subordinação feminina, contemplan<strong>do</strong> a idéia <strong>de</strong> se procurarexplicações menos generalizantes e mais contextuais, on<strong>de</strong>, no lugar <strong>de</strong> umacausalida<strong>de</strong> primal, se compreen<strong>de</strong>sse o significa<strong>do</strong> que o lugar da mulher

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