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compatriotas, teve, ou tiveram, os Franceses, êxito com os<br />
selvagens. Mem de Sá o depõe, escrevendo à Rainha D.<br />
Catarina: “Ele (Villegaignon) leva muito diferente ordem com o<br />
gentio do que nós levamos; é liberal em extremo com eles, e<br />
faz-lhes muita justiça; enforca os franceses por culpas sem<br />
processos; com isto é muito dos seus e amado do gentio:<br />
manda-os ensinar todo o gênero de ofícios e de armas; ajuda-os<br />
nas suas guerras: o gentio é muito e dos mais valentes da costa;<br />
em pouco tempo se pode fazer muito forte.” in Balthasar da<br />
Silva Lisboa, Anais do Rio Janeiro, ed. de 1934, p. 199).<br />
De André Thevet publicam-se em Paris, em 57 e 58, as<br />
Singularitez de la France Antarctique, que teve numerosas<br />
edições e traduções, precedida por uma “Cosmografia<br />
Universal”. João de Lery, seu êmulo e a quem precedera na<br />
viagem ao <strong>Brasil</strong>, não perde ocasião de o ridicularizar, oficial<br />
do ofício. Além de plagiado, foi mesmo roubado, pois na<br />
Europa, pelo menos em França, é dele a introdução do tabaco:<br />
Colombo descrevera índios fumando; Hans Staden reproduzira<br />
a cena, em gravura do seu livro; foi Thevet que o levou a<br />
França em 57, chamada “erva de Angoulême” (de onde ele era<br />
originário), e “catherinaire”, em honra de sua rainha, Catharina<br />
de Médicis. Entretanto é a Jean Nicot, embaixador de França<br />
em Portugal, que a levou depois, também, a Paris, que cabe a<br />
honra de dar o nome à planta, Nicotiana tabacum e ao princípio<br />
ativo, “nicotina”. Diz Damião de Góes (Crôn. del-Rei D.<br />
Manuel, Lisboa, 1566-67, p. I, cap. 56, fl. 32) que foi Luiz de<br />
Góes, de Santos, ao depois jesuíta, o que deu o brado de alarme<br />
contra os Franceses a D. João III, em 48 (Varnhagen, op. cit. t.<br />
I, p. 287) quem “trouxe primeiramente a Portugal” a erva do<br />
tabaco; Luiz de Góes viera do <strong>Brasil</strong>, com o irmão Pero de<br />
Góes, um dos donatários de capitania, a da Paraíba do Sul.<br />
Mem de Sá, de acordo com o Padre Nóbrega, começara<br />
a pôr ordem no gentio da Bahia, promovendo a concentração<br />
em grandes aldeias, fusão de menores convizinhas,