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livremente; os negros e índios, escravos, são livres; os católicos<br />
exercem o seu culto, ao lado dos protestantes; os judeus, que<br />
Portugal expulsara e se refugiaram na Holanda, tornaram à<br />
pátria, no <strong>Brasil</strong>. Entretanto, a cidade, o Recife, tornado em<br />
“Mauritzstadt”, aformoseava-se com palácios, pontes, bairros<br />
novos, palmeiras, laranjeiras, árvores preciosas plantadas, e<br />
artistas, naturalistas, astrônomos, etnógrafos, historiadores,<br />
foram importados e deram, à Nova Holanda, apreciada aura<br />
intelectual. Realizam-se as primeiras eleições livres dos<br />
municípios: são os escabinos ou cabinos, à moda de Holanda.<br />
Tanto e tão bem vai tudo, instalação, produção, civilização,<br />
nesse país, que o príncipe considerava “dos mais belos do<br />
mundo”, que os Flamengos traficantes suspeitaram estar ele<br />
preparando um estado independente para si. Retiraram-no,<br />
(1637-44) não lhe satisfazendo as exigências, e os sucessores,<br />
incapazes, começaram a obra de demolição do <strong>Brasil</strong> holandês,<br />
aliás a regra de Holanda, das colônias e coloniais de exploração,<br />
de que Nassau foi rara exceção.<br />
A pacificação que Nassau realizou não excluiu a<br />
conquista sistemática. Chegou até o rio S. Francisco, onde<br />
construiu, em Penedo, o forte Maurício. O almirante Huygens<br />
atacou a Bahia e o Recôncavo, tendo batido, na Paraíba, uma<br />
armada espanhola de oitenta navios, sob o mando de D.<br />
Fernando de Mascarenhas, conde da Torre, que, destroçado,<br />
chegou à Bahia, numa pequena caravela. Com 30 navios Nassau<br />
acometeu a Bahia; tomou alguns fortes, mas, no assalto à terra,<br />
foi batido, recuando e reembarcando, ante a defesa improvisada<br />
pelo governador Pedro da Silva, o Conde de Bagnuolo e Duarte<br />
de Albuquerque.<br />
Nassau tornou a Pernambuco a consolidar o adquirido e<br />
a bem governar. Aos Flamengos, o que mais interessava, era o<br />
açúcar e não o domínio. Empregavam a força, para manter a<br />
exploração. Isto explica como foram justos e equitativos com os<br />
portugueses e brasileiros, dentro das terras conquistadas,