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Brasil

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Os Portugueses conheciam o brasil: a 19 de outubro de<br />

1470 Afonso V proibia aos traficantes da Guiné comerciarem<br />

que as tintas do brasil, protegendo talvez o produto das ilhas.<br />

Quando se começou o tráfico com os selvagens de Santa Cruz, a<br />

primeira matéria de exploração foi o brasil. No Esmeraldo,<br />

escrito em 1505, escreveu Duarte Pacheco da terra: “é achado<br />

nela muito e fino brasil com outras muitas cousas” — (cap. 2,<br />

do I livro). Terre du brésil lhe chamaram os piratas franceses, e,<br />

depois, o menor esforço daria le Brésil, como ainda hoje. Esse<br />

menor esforço foi a causa da troca, que tanto indignou João de<br />

Barros: os políticos e sacerdotes, que batizam e dão nomes, não<br />

advertem que eles prevalecem na ordem da simplicidade. Em<br />

alguns anos apenas, a Terra de Vera Cruz já era pois, o<br />

<strong>Brasil</strong>....(17). E era — o que mais admira, na expressão do<br />

próprio Dom Manuel: “na teerra... que he pegado com a nossa<br />

teerra do Brasyl”. Piedosamente diríamos: nome mudado na<br />

crisma...<br />

A palavra teve, no começo, várias acepções, que foi<br />

perdendo: Pau-brasil: “Cá ha assuquer e algodão, brasil e<br />

ambre e resgates” (Cartas avulsas de Jesuítas, Rio, 1931, Carta<br />

XLVII). “Pera ali carregarem de brasil”. (Id. Carta XXVII). A<br />

terra: “Todo o <strong>Brasil</strong>, que assim se pode dizer” (Id. Carta LVI).<br />

“Nestas partes do <strong>Brasil</strong>” (Id. Carta LXIII). A gente: “Para<br />

estudantes — brasil fazem-no muito bem”. (Id. Carta LIV). “Os<br />

que tangiam eram meninos brasis” (Id. Carta LV). A língua:<br />

“Espera em pouco tempo falar tão bem brasil, como agora<br />

italiano; às vezes lhe falava homem português e ele respondia<br />

brasil”. (Id. Carta XLVIII).<br />

“<strong>Brasil</strong>eiro” foi, a princípio, o traficante ou o ocupado<br />

em tirar o brasil, como de baleia “baleeiro” (Varnhagen). A<br />

desinência “eiro” é profissional: ferreiro, carpinteiro. Aqui, de<br />

profissional, passou a patronímico: os mineiros que trabalhavam<br />

nas minas gerais ficaram depois, os filhos de Minas Gerais.<br />

Contudo tentou-se “brasiliense”, “brasílico”, brasiliano“, sem

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