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Hendrik Haecx, a apressar socorros. Portugal envia por<br />
governador o Conde de Vila Pouca de Aguiar, com reforços<br />
para a Bahia, e é o medo destes que vai expelir em Janeiro de<br />
48, de Itaparica, o Flamengo. O socorro de Holanda será para<br />
salvar Pernambuco, também por nós ameaçado. É então que<br />
sobrevém a diplomacia de Francisco de Sousa Coutinho,<br />
embaixador de Portugal em Holanda, de concerto com Dom<br />
João IV, dilatando, por discussão, que cederia Pernambuco, por<br />
compra da paz. (A proposta é de 16 de agosto de 47). Seriam<br />
doze navios de guerra, seis mil soldados, que obteria a<br />
Companhia das Índias, confiados a João Maurício de Nassau,<br />
convidado a tornar a Pernambuco. Em Portugal discutia-se a<br />
cessão de Pernambuco, por compra, segundo conselho de<br />
Gaspar Dias Ferreira, influente português da Haia, para o qual o<br />
Padre Vieira escrevia um primeiro papel de 14 de março de 47,<br />
opinando favoravelmente e propondo por 500.000 florins a<br />
aquisição do <strong>Brasil</strong>, Angola e S. Tomé. Sousa Coutinho, quando<br />
falha a transação da compra, vai adiante: “dá” Pernambuco, sem<br />
ônus, e mostra até nomeação del-Rei para, como governador<br />
geral, ir ao <strong>Brasil</strong> cumprir o estipulado. Entretanto,<br />
conferenciava à noite, sob chuva, num bosque da Haia, com<br />
Nassau, a quem prometia um milhão de florins, se negociasse<br />
um acordo de trégua larga, a Portugal. Nassau, diante das<br />
ofertas, não se recusou aos apelos da Companhia das Índias,<br />
mas fez tais exigências, que se compreendeu a escusa: queria o<br />
governo soberano pela vida, 500 mil florins para pagar dívidas e<br />
preparar-se, 9 mil soldados dos Estados Gerais e 3 mil da<br />
Companhia, com a gente de mar necessária, e contínuos<br />
subseqüentes socorros. Conseguiu-se a dilação, embora com a<br />
promessa de ceder o Recife. A el-Rei escrevia Sousa Coutinho<br />
pedindo fizesse escrever a Nassau agradecendo e<br />
“segurando-lhe as promessas “feitas” e que terão cumprimento<br />
pelo embaixador que se me seguir, e digo pelo embaixador que<br />
se me seguir, porque se V. M. não julgar o negócio por bom, e<br />
houver de faltar ao essencial dele, pouco vay que se falte aos<br />
accessorios. Senhor, os Reys não estão obrigados a ratificar