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cristão que havia 15 anos aí estava, de uma nau perdida<br />
(Navarrete, Collecion de los Viages y descubrimientos, Madrid,<br />
1837, t. V, p. 170, nota 231: deve ter sido o Caramurú, diz-nos<br />
Rodolfo Garcia; portanto 1526−15=1511. Mas, no Roteiro de<br />
Pero Lopes [cf. Hist. de Colon. Port., cit. t. III, p. 143] se diz de<br />
“h homem portuguez q avia xxij (22) anos q estava nesta terra”<br />
e seria o Caramurú, dissera Varnhagen. Portanto<br />
1531−22=1509. Portanto ainda, 1509 ou 1511). Diogo Álvares<br />
conseguiu boas relações com os Índios, casando com a filha<br />
dum cacique, chamada Paraguassú. A tradição deu-lhe o nome<br />
de Catarina, mas Frei Vicente do Salvador, que ainda a<br />
alcançou “viúva, mui honrada, amiga de fazer esmola aos<br />
pobres e outras obras de piedade”, dá-lhe o nome de Luíza<br />
(Hist. do <strong>Brasil</strong>, l. III, cap. I). Diogo Álvares e os seus<br />
habitavam onde é hoje o bairro da Graça e seria próximo da<br />
Barra, ou arraial do Pereira (nome do donatário Francisco<br />
Pereira Coutinho) a “Vila Velha”, substituída, em 1549, pela<br />
cidade nova, a Baía de Tomé de Sousa, fundada no interior da<br />
baía de Todos os Santos. (Diogo Álvares inspirou o poema de<br />
Santa Rita Durão “O Caramurú”, onde vem a lenda de Moema,<br />
balbucio do romantismo nacional).<br />
Publicou Varnhagen o “Llyuro da naao bertoa que vay<br />
para a terra do brazyll... que partio deste porto de Lixª (Lisboa)<br />
a 22 de fevº (fevereiro) de 1511”. Essa nau Bretoa (houve mais<br />
de uma com tal nome em Portugal, o que presume ter sido<br />
construída na Bretanha, terra de marítimos), foi armada por<br />
Bertolomeu Merchioni (de Bertô-lomeu não se faria Bertoa?),<br />
Benedito Moselli, Fernão de Loronha e Francisco Martins, e<br />
mandada a Cabo Frio: partiu do Tejo a 22 de fevereiro, fundeou<br />
a 12 de maio na baía de Todos os Santos, a 26 chegou a Cabo<br />
Frio, carregou e a 28 de julho tornou para Portugal, conduzindo<br />
cinco mil toros de brasil, vinte e dois tuins, dezasseis sagüins,<br />
dezasseis gatos, quinze papagaios, três macacos, tudo avaliado<br />
em 4$220 (ou 2:110$000 de hoje), e 40 peças de escravos,<br />
mulheres na maioria, avaliados ao preço médio de 4$000 (2