31.08.2016 Views

Brasil

brasilll

brasilll

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ponta da Galé, a 22º12’ lat. N. Em 41 Antão Gonçalves vai até<br />

aí, ao Rio de Oiro, já para carregar azeite e peles de<br />

lobo-marinho e tomar informações “das Índias e terra de Preste<br />

Joham e seer podesse” (Zurara, Crônica... da Guiné, ed. 1854,<br />

cap. XVI, p. 94). Começara a chegar ao reino mercância<br />

africana: peles, malagueta (a concorrente da pimenta<br />

indiana)(5), marfim, ouro em pó, principalmente escravos.<br />

Lançarote de Lagos traz o primeiro carregamento deles, 235<br />

peças, das quais 46, ou o quinto, a vintena, para o Infante. Até<br />

48, quando acaba a Crônica de Zurara, são 927 negros e 125<br />

para o Infante. Os negros invadem Portugal e passam a<br />

Espanha, negociados por traficantes, nobres, príncipes, até por<br />

el-Rei D. Afonso V. Clenardo virá a dizer em 1535: “Os<br />

escravos pululam por toda parte: estou em crer que em Lisboa<br />

são mais que os portugueses de condição livre”. (Cf. Gonçalves<br />

Cerejeira, Clenardo, Coimbra, 1918, t. II, p. 14-5, do apêndice).<br />

Não é novidade, pois já dissera Garcia de Rezende na<br />

Miscelânea: “Vemos no reino meter tantos cativos, crescer e<br />

irem-se os naturais, que se assim for, serão mais eles que nós, a<br />

meu ver”.<br />

Mas, em 43, alcançava-se a Senegâmbia, passava-se o<br />

Senegal, chegava-se à terra dos Guinéus, atingindo o Cabo<br />

Verde, a 14º,4’ lat. N. Em 44 era organizada a Companhia de<br />

Lagos para exploração comercial da costa, arrendado o<br />

monopólio: ainda hoje a tradição mostra, aí, o mercado dos<br />

escravos: a Casa de Guiné foi em Lagos. Em 47 dobra-se o<br />

Cabo dos Mastros. Em 60 exploram-se as ilhas de Cabo Verde.<br />

Quando morre o Infante de Sagres, nesse ano de 1460,<br />

do Cabo Não ao Cabo Mesurado, 1.700 milhas geográficas do<br />

périplo africano estavam reveladas. O Infante não era um<br />

místico, como o romantismo quis fazer dele: era um estadista,<br />

um político, com o trato das realidades: fomentou a cultura do<br />

campo nas terras do seu Mestrado de Cristo; desenvolveu e<br />

criou indústrias novas, a pesca, o coral, a tinturaria, a saboaria,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!