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Tristão de Mendonça Furtado 9.500; o metropolita de Évora,<br />
4.000 e assim, nobreza, clero, povo, todos os Portugueses, que<br />
não pensam mais nas Índias, porém não querem perder o <strong>Brasil</strong>.<br />
E não dão apenas dinheiro porém sangue e vida: só em tempos<br />
idos para prevenir o primeiro cerco da fortaleza de Dio ou para<br />
defender Mazagão se viu emulação comparável entre a nobreza<br />
e os ricos homens de Portugal e isto para um objetivo de 4.500<br />
léguas distante: poder-se-ia temer despovoar-se o reino de<br />
morgados e fidalgos tantos a viva força, quiseram e vieram<br />
defender a Bahia. A Bahia é socorrida e recuperada,<br />
principalmente por Portugal. Espanha dá também navios que<br />
chegam atrasados, dá o comando e trata a rendição.<br />
Mas isso é Portugal manietado por Espanha, ou apenas<br />
alguns Portugueses. Desde, porém, o dia da Restauração, que<br />
Portugal reclama de Holanda as praças ocupadas pelos<br />
Flamengos no <strong>Brasil</strong>, que eram da Coroa, que nunca tivera<br />
hostilidade com eles, senão com Espanha, inimiga de ambos.<br />
Grandes oferecimentos foram feitos para isso, ao elaborar-se o<br />
tratado de 1641: a cláusula não foi entretanto admitida, pois que<br />
a independência de Portugal era ainda muito mal segura e o<br />
bem adquirido muito valioso. Não esquecer que os Estados<br />
Gerais não eram os donos do <strong>Brasil</strong>, senão a Companhia das<br />
Índias Ocidentais, e Portugal devia pactuar com aqueles, para<br />
proveito de suas relações com esta. A Guerra da Restauração<br />
durou 28 anos, depois de 1640, e Portugal não temia só a<br />
Espanha invasora, senão temia que seus inimigos, França,<br />
Holanda, Nápoles viessem a fazer pazes com ela e, então, todos<br />
os recursos de Espanha se volvessem contra ele. Portugal<br />
transigia ou fingia transigir com inimigos, que auferira, devidos<br />
à maldita união ibérica, e que lhe podiam aumentar as aflições.<br />
Um episódio dessa atitude, esclarecedor da situação de<br />
Portugal, vista da Europa, e não apenas do <strong>Brasil</strong>, é este, que<br />
vale o pormenor. Embora vencedores na escaramuça de<br />
Itaparica, em Agosto de 47, os Flamengos mandam a Holanda