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Brasil

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política internacional não é senão isso. A atitude do Rei, seus<br />

ministros, governadores, embaixadores, capitães, só com essa<br />

“chave” ou decifração se compreende. A duplicidade era<br />

obrigada pela própria razão de viver. Os homens que tratam este<br />

assunto são dignos do momento. Os três embaixadores de<br />

Portugal em Holanda honram à política dos Machiavel e dos<br />

Richelieu: Sousa Coutinho, António de Sousa de Macedo,<br />

António Raposo, “huomo ancor egli de finissima intelligenza<br />

per il manegio di affari cotanto delicato”, diz Frei Giuseppe di<br />

S. Teresa (Historia delle guerre... tra la corona de Portogallo e<br />

la Republica di Olanda, Roma, 1698, p. II, lib. VII, p. 183). A<br />

inteligência, como devia, ajudou as armas.<br />

(8) — As coisas passaram-se assim: em 1651 Cromwell, o<br />

protetor da Inglaterra, promulgou o Navigation Act, pelo qual<br />

qualquer navio estrangeiro só podia trazer às Ilhas Britânicas as<br />

mercadorias do seu próprio país. Era um ato de hostilidade à<br />

Holanda e proteção à marinha britânica, pois que Holanda não<br />

era mais que intermediária ou concessionária de centros<br />

produtores e centros consumidores. Daí a guerra de 1653 em<br />

que os Flamengos foram batidos, o que nos aproveitou. Na<br />

guerra de 65-67 a solução foi indecisa. Finalmente, em 68 os<br />

adversários reconciliaram-se, porque o Stathouder de Holanda,<br />

Guilherme de Orange, se tornou Guilherme III, rei da<br />

Inglaterra... é outra história, que não nos interessa. Apenas, para<br />

nós, a Holanda deixou de contar como rapineira inimiga.<br />

(9) — Os eufemismos usados, neste caso, da escravidão dos<br />

índios, — “entradas”, “bandeiras”, “resgates”, “prear”, “justa<br />

guerra” etc. pretendem evitar o símile da escravidão negra: essa<br />

“vermelha” era tão cruel como a outra e o vermelho não será só<br />

da cor da raça escravizada, senão da crueldade sangrenta<br />

daquelas empresas de banditismo exaltados hoje a heroísmos<br />

pela perversão patriótica de sentimentos.<br />

(10) — Capistrano descreve a chacina final: “Por três vezes

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