You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
não produzimos nem fabricamos tudo o que falta e não<br />
poderemos adquirir. Falta-nos educação popular; faltam-nos<br />
estadistas, que só podem trabalhar nela apoiados. O povo<br />
inculto espera o milagre e não compreende sequer que não há,<br />
no mundo terrestre, boa política sem boas finanças. O café, que<br />
nos proporcionou a prosperidade do século XIX, dando para<br />
tudo, entra em declínio. Como pairam ameaças estrangeiras<br />
sobre Santa Catarina e o Amazonas, recorremos a um paliativo,<br />
restringindo a imigração... A má... e a boa.<br />
*<br />
Portugal adivinhou, com Dom João II, o <strong>Brasil</strong>, em<br />
Tordesilhas. Descobriu-o, com Dom Manuel.<br />
Colonizou-o e defendeu-o contra intrusos, com Dom<br />
João III. Os Jesuítas foram moral e educação. A dominação<br />
espanhola, que foi castigo no Reino, transformou-se, no <strong>Brasil</strong>,<br />
em comunidade, para nos estender fronteiras até os Andes e o<br />
Rio da Prata. Com Dom João IV, o Reino ainda ocupado pelo<br />
inimigo, não nos desamparou por isso contra o Flamengo.<br />
Pombal foi comércio e progresso. Com Dom João VI, é<br />
Portugal, uma cultura européia, que se instala na América.<br />
Pedro I, um príncipe português, dá-nos a Independência e Pedro<br />
II, seu filho, meio século de respeito. Independentes<br />
politicamente, é entretanto a mesma língua, raça, fé, sentimento<br />
e inteligência, que nos fazem idênticos. Possamos nós dizer,<br />
como o Épico: “de tal pai tal filho se esperava”. O trabalhador<br />
português colabora ainda aqui com o nosso e quando, um em<br />
cem, torna a Portugal, os bens aqui ficam, e o que vai são títulos<br />
brasileiros, a confiança fiel dos Portugueses.<br />
Não quero, porém, que uma ternura suspeita, de<br />
português da América, remate este livro, que documenta,<br />
entretanto, tudo o que este epílogo resume. Dou a palavra a um<br />
insuspeito estrangeiro, que também documentou a sua, a Robert<br />
Southey(4), autor de uma História do <strong>Brasil</strong>: “Jamais houve