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da Ponte, governador, apresenta-lhe José da Silva Lisboa, que<br />
estudara em Coimbra, versara economia política e direito<br />
marítimo, que lhe sugere abrisse os portos do <strong>Brasil</strong> ao<br />
comércio das nações amigas: seria ato liberal, a dar, à jovem<br />
metrópole, progresso e grandeza dignos da nova situação. Sem<br />
ministros, que haviam seguido em outras naus para o Rio, e<br />
poderiam, na regra, estorvá-lo, convence-se Dom João e, a 28<br />
de Janeiro, assinou a carta régia da abertura dos portos. Silva<br />
Lisboa, depois Visconde de Caírú, virá a dizer: “O Snr. Dom<br />
João resolveu fazer tanto bem sem esperar pelos conselheiros de<br />
Estado, que se tinham desvairarado em rumo, pela dispersão da<br />
tempestade na costa de Portugal. É pois inteiramente obra sua a<br />
carta régia, foral novo do <strong>Brasil</strong>”(4). A 26 de Fevereiro parte da<br />
Bahia para chegar ao Rio a 7 de Março, desembarcando no dia<br />
imediato, com salvas, repiques, vivas ao “Imperador do <strong>Brasil</strong>”,<br />
indo, antes do Paço, dar graças na Igreja do Rosário. São<br />
nomeados os ministros: Dom Fernando José de Portugal e<br />
Castro, depois Conde e Marquês de Aguiar, que era vice-rei,<br />
para os negócios do Reino; D. Rodrigo de Sousa Coutinho,<br />
depois Conde de Linhares, para os Negócios Estrangeiros e<br />
Guerra; o Visconde, depois Conde de Anadia, para a Marinha.<br />
(Esses Ministros, viria dizer o jornalista brasileiro Hipólito da<br />
Costa, bem se poderiam comparar a três relógios: o Linhares<br />
sempre adiantado; o Aguiar, cada vez mais atrasado; o Anadia,<br />
irremediavelmente parado: se estes contentavam aos<br />
conservadores, aquele punha o governo à frente da revolução,<br />
assim uma evolução apressada). Pouco depois chegava o<br />
Embaixador inglês, Lord Strangford, e era assim que a Corte e<br />
Governo se compunham.<br />
Novas instituições se criam: Supremo Conselho Militar<br />
e de Justiça, Mesa de Desembargo do Paço, Mesa da<br />
Consciência e Ordens, a Casa de Suplicação em que se<br />
transforma a Relação, a Intendência geral da Polícia, o Arquivo<br />
Militar, a Impressão régia, uma fábrica de pólvora, contadoria<br />
da marinha, uma ordem honorífica renovada, a da Torre e