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descoberta, — pela armada de D. Estêvão de Gama, (cinco<br />
navios atrasados da esquadra de Vasco da Gama, na sua 2.ª<br />
viagem) em trânsito para a Índia, — a Ilha da Trindade.<br />
A 22 de Setembro de 1502(8) chegara a Lisboa o<br />
primeiro carregamento de pau-brasil, a que se deu o preço de<br />
dois cruzados ou 400$000 nossos, por arroba. Também peles de<br />
animais, bugios, papagaios, algodão, pimenta da terra,<br />
começaram a ser apreciados. Talvez já alguma especiaria. O P. e<br />
Antônio Vieira, em carta de 1675, escreveu: “em tempo de<br />
el-rei D. Manuel e logo no princípio dos descobrimentos do<br />
<strong>Brasil</strong>, transportaram os Portugueses para lá algumas plantas<br />
da Índia e entre elas a da pimenta, as quais muito<br />
prosperaram; mas que julgando el-Rei, que esta cultura viria a<br />
prejudicar os interesses do comércio oriental, mandara<br />
arrancar as novas plantas, e proibira, sob graves penas, a sua<br />
cultura, que assim se executou, escapando tão somente a este<br />
mal pensado extermínio o “gengive”, que, por ser raiz, se<br />
meteu por debaixo da terra, e não pôde ser extinto”. (Cartas,<br />
ed. J. Lúcio de Azevedo, Coimbra, 1928, t. III, p. 147).<br />
Com os Portugueses de Fernão de Noronha começaram,<br />
antes de 1504, a concorrer navegantes Franceses; estes entraram<br />
em entendimento com os Índios, que lhes chamavam “Mairs”<br />
para os distinguir dos Lusitanos, a quem chamavam “Peirós”. O<br />
brasil era o interesse da terra, além das curiosidades dos<br />
mesmos índios, que não custavam a embarcar, supondo ir, com<br />
eles, ao céu(9). Para estes Franceses a nova terra era designada<br />
pelo seu produto, terre du brésil, donde, por menor esforço, le<br />
brésil ou le Brésil, como vieram a chamar-lhe. Os Portugueses,<br />
diz Varnhagen, chamavam “brasileiros” aos que tiravam e se<br />
ocupavam com o brasil, como baleeiros se diz dos que pescam<br />
baleias, negreiros dos que fazem o tráfico dos negros: o<br />
gentílico substituir-se-ia ao epíteto profissional (o mesmo<br />
dar-se-ia com os “mineiros”). Estaria assim, desde aí, antes de<br />
1504, admitido o <strong>Brasil</strong> e os <strong>Brasil</strong>eiros, que depois viriam à