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Brasil

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Dom Henrique, sem remédio. Entretanto, sobrevém o sonho<br />

heróico e dispendioso de Dom Sebastião, acabado em ruína e<br />

dívidas. Os Filipes são concordes, sem jeito. Em 1585 o porto<br />

de Lisboa é fechado aos hereges inimigos de Espanha: os<br />

Ingleses e Flamengos irão às Índias tomar as colônias de<br />

Portugal, que Espanha, entretanto, não saberá proteger.<br />

Prepara-se o custoso desastre da “Invencível Armada”, (1588),<br />

com toda a frota portuguesa, contra a Inglaterra...<br />

É nessa disposição de falência e ruína, que Portugal<br />

empreende a colonização do <strong>Brasil</strong>, tendo de vencer a ambição<br />

belicosa de Franceses, a inclemência dos reinóis escravizando<br />

os índios que os Jesuítas protegem, tentando uma obra de<br />

missões organizadas, moral e economicamente, que só no<br />

século XVIII e ao Norte dará resultados sensíveis. Ao tempo<br />

das premências de D. João III, diz uma folha feita pelo Conde<br />

da Castanheira, segundo refere Frei Luiz de Sousa, (op. cit., p.<br />

504), do ano de 42: — “No <strong>Brasil</strong> tem Vossa Alteza gastado<br />

muyto dinheiro, e começou a gastar no anno de 1530. Mysterio<br />

foy grande fazer-se a primeira despesa afim de cousa que o não<br />

merecia (isto é, sem lucro imediato) e seguir-se della<br />

desarreigarem-se daquella terra os franceses, que já nella se<br />

começavão a prantar e lançar raízes (sc. e mais ainda se gastou<br />

para botar fora os franceses, já estabelecidos)”. Gastava para<br />

povoar e defender, o que não rendia...<br />

É nessa disposição de espírito, agoniado pela falência,<br />

repito, que Portugal “a quarta parte nova os campos ara”...<br />

(Lus., VII, 14). “Por não sei que descuido esteve esta terra por<br />

povoar”, dirá na frase tão citada Frei Vicente do Salvador;<br />

entretanto ele mesmo reconhece que há pouco “que se começou<br />

a povoar, já se hão despovoado alguns lugares”, (op cit., p. 15):<br />

não foi descuido senão falta de gente. Depois, o mesmo<br />

historiador nacionalista acusa o Português de viver no litoral, a<br />

arranhar as praias, como caranguejos... Não é bem assim:<br />

começa a transpor as baixadas e a penetrar no sertão, indo a

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