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Brasil

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semelhança ao de Egas Moniz. Já Fr. Francisco de S. Luiz, o<br />

Cardeal Saraiva, diz: “Dom Francisco de Sousa depois de ter<br />

esgotado todos os recursos da diplomática, vendo que não podia<br />

obstar por outro modo á partida da esquadra prometteo emfim,<br />

em nome de el-Rei seu amo, que se lhe cederia aquella cidade, e<br />

com isto embaraçou a expedição de socorro. Mas ao mesmo<br />

passo escreveo a el-Rei dizendo-lhe: “Vossa Magestade,<br />

Senhor, salve a sua honra desaprovando o que eu fiz em seu<br />

nome; sacrifique a minha cabeça e não aquella praça”. (Obras<br />

completas do Cardeal Saraiva, publicadas por António Correia<br />

Caldeira, Lisboa, 1883, t. X, p. 364-5).<br />

A lenda se aproveitaria destas tergiversações, para isto,<br />

que refere um historiador: “Conservava ele (Sousa Coutinho)<br />

consigo, algumas folhas em branco assinadas pelo próprio<br />

punho do Rei, em uma das quais animosamente escreveu a<br />

promessa de abandonar todo o estado de Pernambuco aos<br />

Holandeses, e, obtendo nova audiência daqueles ministros,<br />

pôs-lhes nas mãos aquela declaração, suspendendo a partida da<br />

armada...” (Fr. Giuseppe di S. Teresa — Historia delle guerre<br />

del regno del <strong>Brasil</strong>e... Roma, 1698, Parte 2.ª, p. 127.<br />

(6) — Cf. Vieira — Cartas, ed. J. Lúcio de Azevedo, t. III, p.<br />

561. A psicologia do Pe. Antônio Vieira segundo, se depreende<br />

do mais profundo e informado de seus biógrafos (J. Lúcio de<br />

Azevedo, “História de Antônio Vieira”, Lisboa, 2 vols., 2.ª ed.)<br />

leva antes a suspeitar que não tenha sido cúmplice, senão de<br />

uma “sinceridade” fácil na defesa das opiniões que lhe davam,<br />

pela realeza de um talento que não sofre dificuldades. Desses<br />

homens como Erasmo, a quem o gênio dispensa a convicção<br />

própria, homens que os medíocres apodam de “para tudo”,<br />

porque são, os mais dos outros, “para nada”. Vieira<br />

“convencia-se”, aliás, das causas que lhe confiavam como aliás<br />

todos os bons advogados.<br />

(7) — “Quem não pode, diz a sabedoria popular, trapaceia”. A

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