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Brasil

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tem causado ao <strong>Brasil</strong> a cobiça, depois do descobrimento do<br />

ouro nas minas”. “Nem há pessoa prudente que não confesse<br />

haver Deus permitido que se descubra nas minas tanto ouro para<br />

castigar com ele ao <strong>Brasil</strong>, assim como está castigando no<br />

mesmo tempo tão abundantemente de guerras, aos europeus<br />

com o ferro”. (Antonil é historiador moderno e clarividente).<br />

Não falta o tabaco. Hábito indígena, levado à Europa, apesar<br />

dos protestos dos moralistas (o bispo Sardinha excomungou o<br />

donatário Vasco Fernandes Coutinho por fumar...). Já em 1693<br />

é tão urgente, que na América, diriam a um piedoso, com<br />

desejos de fundar universidade para salvação de almas: “Damn<br />

your immortal soul. Grow tobacco!” O fumo era a volúpia<br />

universal um século mais e Antonil já estuda a planta, como se<br />

semeia, se limpa, tiram e curam as folhas, as cordas, os modos<br />

de uso, etc. (Fumar era então “beber fumo”, tragar a fumaça,<br />

como ainda se diz. O cachimbo, o rapé, os usos médicos do<br />

tabaco, os abusos...)<br />

O seu melhor editor, Afonso de Taunay, conclui<br />

sabiamente: “encerrando o seu trabalho, faz Antonil o resumo<br />

— de tudo o que vai ordinariamente cada ano do <strong>Brasil</strong> para<br />

Portugal e do seu valor, discriminando a valia das diversas<br />

grandes verbas, açúcar, tabaco, ouro, couros e pau-brasil, num<br />

total de 3.743:992$800, quase nove e meio milhões de<br />

cruzados. Guardadas as proporções e levando-se em conta a<br />

capacidade de aquisição da moeda, então e agora, e<br />

computando-se a população do país num milhão de civilizados,<br />

talvez, era a exportação brasileira, per capita, muito mais<br />

elevada que hoje”. (Afonso de E. Taunay, prefácio, in André<br />

João Antonil — Cultura e Opulência do <strong>Brasil</strong>, S. Paulo, 1923,<br />

p. 19). “Não deixará (isso) de causar a maior admiração”, diz<br />

Antonil, o que é verificação e profecia.<br />

<br />

A América espanhola havia logo dado à metrópole o

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