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Brasil

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não recebera, de soberano de país novo, que mais carece de<br />

utilidades imediatas da vida, do que das aquisições suntuárias<br />

da cultura — hebreu, astronomia, visitas a academias e convívio<br />

com sábios e letrados... — mas não era impermeável à<br />

experiência, e, ainda na sua última fala do trono, deseja a<br />

transferência do “poder pessoal”, o poder moderador, ao<br />

Supremo Tribunal... Esse “poder pessoal”(2) era nulo,<br />

comparado com o que conseguiram, no presidencialismo, os<br />

chefes da nação. Como quer que seja, monarquia ou república,<br />

são formas superficiais de governo, traduções e, portanto,<br />

traições nacionais a tais regimes, principalmente pela falta de<br />

educação popular. A Inglaterra monárquica e a América do<br />

Norte presidencialista, as mais livres nações do mundo, o<br />

atestam. Instrução, educação, não dão felicidade mas permitem<br />

saber melhor onde encontrar a felicidade. Ora, três quartas<br />

partes dos <strong>Brasil</strong>eiros, diz a estatística oficial, não sabem sequer<br />

ler ou escrever, como saberem governar ou escolher os que nos<br />

governam?<br />

A monarquia viveu e vivia a república, graças a uma<br />

condição psicológica, “supletiva”, bem compreensível. Com a<br />

“maromba” ou a “gangorra” dos dois partidos monárquicos, que<br />

se revezavam no poder, a necessidade, bem humana, de<br />

mudança, de alívio, vinha, a cada alteração de governo. Quando<br />

a tensão era ameaçadora, o partido Conservador caía e subia o<br />

Liberal (liberal e conservador apenas nos nomes), que ia<br />

acumular nova tensão, para cair, e tornar o outro. Assim viveu o<br />

Império equilibrista, manobrando o Imperador a válvula de<br />

segurança. Na República, sem partidos, dois grandes Estados<br />

substituíram a alternativa, e Minas e São Paulo disputavam o<br />

poder, atrás de cada um deles uns tantos Estados menores,<br />

caudatários. Quando, porém, os Presidentes pensavam em<br />

continuar (continuar para nomeações, demissões, promoções,<br />

emissões... pois não há mais...) por um dos seus amigos ou<br />

prepostos da mesma província, cismos políticos, que foram<br />

crescendo de importância e gravidade (considere-se:

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