Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Uma história dos Jesuítas é obra urgente(3); enquanto não a<br />
possuirmos, será presunçoso quem quiser escrever a do <strong>Brasil</strong>.<br />
Pouca, muito pouca inteligência revelam os ataques dirigidos<br />
contra ela, a Companhia de Jesus. Instintivamente a simpatia<br />
volta-se para os discípulos e companheiros de Nóbrega,<br />
Anchieta, Cardim, Vieira, Andreoni, os educadores da<br />
mocidade, os fundadores da lingüística americana”. Muito mais:<br />
a moral da colônia nos primeiros dias, a fundação das cidades,<br />
da Bahia, São Paulo, Rio, com o conselho e o auxílio dados a<br />
Tomé de Sousa e a Mem de Sá; a defesa contra os Franceses; a<br />
prosperidade das Missões no Maranhão e no Pará; a penetração<br />
no vale e na selva do Amazonas; sempre, e por toda a parte, a<br />
cultura, o ensino primário, o de humanidades, o superior. “Em<br />
Minas até 1776, diz Pedro Calmon, não havia uma escola,<br />
porque lá não foram os Jesuítas”. Vergílio já no século XVI era<br />
ensinado no <strong>Brasil</strong> e com o que, no começo do século XVII,<br />
aqui aprendeu Vieira, daria para ofuscar os púlpitos da Europa.<br />
Os Jesuítas foram vítimas da inveja universal, bem humana, a<br />
que não escaparam — quem o diria!? — os mesmos leigos<br />
católicos, o mesmo clero regular e secular da Igreja... Um<br />
exemplo só e simbólico dessas injustiças: quem queima vivo o<br />
pobre P. e Malagrida, velhinho místico, sem importância política,<br />
é o Santo Ofício da Inquisição. O protestante Southey na sua<br />
História do <strong>Brasil</strong> não poupa elogios a esses Jesuítas...<br />
O introdutor à tradução brasileira dessa obra, o Cônego<br />
Fernandes Pinheiro, não perde ocasião de os achincalhar e<br />
acusar, nas suas notas (cf. História do <strong>Brasil</strong>, trad. do inglês de<br />
Roberto Southey pelo Dr. Luiz Joaquim de Oliveira Castro, Rio,<br />
1862, t. VI, págs. 25, 27, 34, 51, 83, 88, 120, etc). A penitência<br />
não deve ser apenas leiga.<br />
Mas, demos seguimento às pendências<br />
hispano-portuguesas. Em 54 na confluência do Jaurú e do<br />
Paraguai, latitude 16º24’, um marco limitante é plantado entre<br />
posses portuguesa e espanhola, mas não acabou. Durante quinze