Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...
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9. Choros e arranjos <strong>de</strong> Hermeto<br />
9.1. Salve Copinha, Abel, Pixinguinha...<br />
Além das referências ao regional <strong>de</strong> Pernambuco do Pan<strong>de</strong>iro, no Calendário do<br />
som, Hermeto faz <strong>uma</strong> genealogia do choro, pontuando <strong>uma</strong> certa relação com o jazz<br />
americano e com o cinema, <strong>de</strong> forma bem humorada:<br />
Esta música se parece muito com as escadas antigas dos sobrados velhos que quando a<br />
gente pisa faz um som alegre e as passadas lembram filmes do cinema mudo e os<br />
músicos tocando chorinho tipo jazz americano, Abel Ferreira, Pixinguinha, Copinha,<br />
Radamés, Altamiro Carrilho, Jacó do Bandolim, Valdir Azevedo e outros. (Pascoal 2000:<br />
304)<br />
Cada um <strong>de</strong>sses personagens listados por Hermeto tem seu respectivo papel no<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da linguagem do choro. Hermeto participou e ainda participa <strong>de</strong>ssa<br />
história. Com Abel Ferreira, como vimos, ele tocou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> choro até forró, ainda no regional<br />
<strong>de</strong> Pernambuco do Pan<strong>de</strong>iro. De Pixinguinha, ele gravou, no disco A música livre <strong>de</strong><br />
Hermeto Pascoal, um dos choros mais conhecidos: o “Carinhoso”, com um arranjo em que<br />
mistura influências do choro, em contracantos elaborados, e do jazz, acrescentando <strong>uma</strong><br />
parte para improvisos <strong>de</strong> saxofone e flautas. De Pixinguinha, ele gravou também a valsa<br />
“Rosa”, n<strong>uma</strong> leitura livre, com improvisos, em piano solo.<br />
Gravei Rosa do Pixinguinha que era <strong>uma</strong> música que eu tocava muito no tempo em que<br />
tinha um regional lá em Caruaru. Sempre achei que era <strong>uma</strong> melodia linda que pedia <strong>uma</strong><br />
nova vestimenta. Agora soltei as pétalas da rosa e na música elas vão voando e se juntam<br />
<strong>de</strong> novo. (Pascoal, Por Diferentes Caminhos 1988)<br />
No Calendário, Hermeto lembra do dia 23 <strong>de</strong> abril: “Hoje o céu está em festa, é<br />
aniversário do gran<strong>de</strong> mestre Pixinguinha [...] Em nome do som e do povo, meus parabéns”<br />
(Pascoal 2000: 347).<br />
A referência ao Maestro Copinha na primeira citação lembra-nos que Hermeto<br />
participou <strong>de</strong> sua orquestra, sendo este outro importante mestre para o músico. No disco<br />
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