Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...
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2.1. Bailes Populares<br />
Ao pesquisar as origens do forró e do choro, passando pela tradição das bandas <strong>de</strong><br />
pífano, fui percebendo como a história <strong>de</strong>sses conceitos se entrelaça constantemente, a<br />
começar pelo significado original <strong>de</strong> ambos como bailes populares, sem esquecer os<br />
inúmeros gêneros musicais que aí se relacionam.<br />
Tinhorão nos lembra que, em suas origens, o termo forró, “baile ou festa <strong>de</strong> gente<br />
humil<strong>de</strong>, sempre foi palavra pouco nobre, mesmo no nor<strong>de</strong>ste, equivalendo ao carioca<br />
forrobodó” (Tinhorão 1976: 188). Por sua <strong>vez</strong> o termo carioca forrobodó, do qual forró<br />
seria <strong>uma</strong> abreviatura, equivaleria a forrobodança, que é comparado ao “Chorão” do Rio <strong>de</strong><br />
Janeiro (um baile, obviamente, animado pelos choros), em citação do verbete forró da<br />
Enciclopédia da música brasileira (2003). A compositora Chiquinha Gonzaga, <strong>uma</strong> das<br />
pioneiras na composição <strong>de</strong> choros, escreveu a música para <strong>uma</strong> peça <strong>de</strong> teatro <strong>de</strong> revista<br />
cujo título era justamente esse: Forrobodó.<br />
Os bailes populares também eram conhecidos como assustados, chamados ainda <strong>de</strong><br />
arrasta-pés, como observa Wisnik ao falar sobre o martírio do compositor Pestana (célebre<br />
personagem <strong>de</strong> Machado <strong>de</strong> Assis): “a polca, que persegue o compositor como a maldição<br />
que o con<strong>de</strong>na à vida rasteira dos bailes e assustados – os tradicionais arrasta-pés” (Wisnik<br />
2004: 19). Atualmente, qualquer um que freqüenta um forró sabe que arrasta-pé é um dos<br />
ritmos aí tocados, como veremos mais adiante.<br />
Voltando à <strong>de</strong>nominação dos bailes, Alexandre Gonçalves Pinto e Vagalume são<br />
testemunhas imprescindíveis. O primeiro chama os bailes on<strong>de</strong> tocavam os antigos chorões<br />
<strong>de</strong> choros ou pago<strong>de</strong>s. O segundo, ao falar das batucadas (encontros <strong>de</strong> samba), diz:<br />
Mas não era <strong>só</strong> na Penha que os encontros se davam. Era também on<strong>de</strong> houvesse um<br />
“Choro”, um “arrastado”, um “vira-vira-mexe”, <strong>uma</strong> festa qualquer e principalmente na<br />
velha Cida<strong>de</strong> Nova, on<strong>de</strong> quase sempre se realizava o baile na sala <strong>de</strong> visitas e um<br />
sambinha mole no quintal. (Vagalume 1978: 36)<br />
Oneyda Alvarenga é quem explica a generalida<strong>de</strong> dos termos, ao falar que o “Samba<br />
viu o seu sentido ainda mais alargado que o <strong>de</strong> Batuque, esten<strong>de</strong>ndo-se a nome <strong>de</strong> qualquer<br />
baile popular, equivalente a ‘função’, ‘pago<strong>de</strong>’, ‘forró’ e outros mais” (Alvarenga s.d: 133).<br />
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