Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...
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Bando dos Tangarás, <strong>de</strong> Noel Rosa e Almirante, e do Bando do Caxangá, com<br />
Pixinguinha, <strong>de</strong>ntre outros grupos que na época se apresentavam vestidos com<br />
roupas típicas do sertão (pelo menos 30 anos antes <strong>de</strong> Luiz Gonzaga e seu chapéu<br />
<strong>de</strong> couro).<br />
Em 1923, Roquete Pinto, antropólogo e educador, consi<strong>de</strong>rado o pai do<br />
rádio brasileiro, e Henry Morize, cientista e professor, fundam a primeira rádio<br />
brasileira: a Rádio Socieda<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro, criada para atuar sem fins<br />
comerciais. Mas <strong>só</strong> na década <strong>de</strong> 1930 é que o rádio vai realmente se estabelecer<br />
como um veículo popular e, através da publicida<strong>de</strong>, economicamente rentável. A<br />
legislação promulgada em 1932 oferecia soluções para o problema da sobrevivência<br />
financeira das em<strong>isso</strong>ras e garantia ao Estado <strong>uma</strong> hora diária da programação em<br />
todo o território nacional – o Programa Nacional. Em 1939, é criada a Hora do<br />
Brasil. Em 1936, é fundada a Rádio Nacional do Rio <strong>de</strong> Janeiro que, em 1940,<br />
torna-se estatal.<br />
De meados dos anos 30 até o final da década <strong>de</strong> 50, <strong>uma</strong> das marcas registradas <strong>de</strong> <strong>uma</strong><br />
em<strong>isso</strong>ra <strong>de</strong> rádio era o seu regional. O Gente do Morro e Jacob e sua Gente eram da Rádio<br />
Ipanema. Os Regionais <strong>de</strong> Benedito Lacerda e Rogério Guimarães atuaram vários anos na<br />
Rádio Tupi. O Regional do Canhoto era exclusivo da Rádio Mayrink Veiga. Os Regionais<br />
<strong>de</strong> César Moreno e Dante Santoro foram da Rádio Nacional. Na Rádio Mauá atuavam Jacob<br />
e seu regional e os Regionais <strong>de</strong> Darly do Pan<strong>de</strong>iro e Pernambuco do Pan<strong>de</strong>iro. (Prata 2005)<br />
Durante esses 20 anos, o rádio esteve diretamente ligado à profissionalização da<br />
música popular no Brasil. De acordo com Pernambuco do Pan<strong>de</strong>iro, <strong>de</strong> quem falaremos no<br />
capítulo 8, os con<strong>junto</strong>s regionais eram os “tapa-buracos” das rádios, e daí sua importância,<br />
<strong>uma</strong> <strong>vez</strong> que os músicos eram mestres no improviso e não necessitavam <strong>de</strong> arranjos e, às<br />
<strong>vez</strong>es, sequer <strong>de</strong> ensaios, como explica Sérgio Prata:<br />
A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se dar qualida<strong>de</strong> ao acompanhamento do samba, principal gênero popular<br />
da época; a versatilida<strong>de</strong> para acompanhar calouros, já que os músicos <strong>de</strong> choro eram<br />
mestres no acompanhamento “<strong>de</strong> ouvido”; <strong>uma</strong> bem-vinda praticida<strong>de</strong>, pois não<br />
necessitavam <strong>de</strong> arranjos escritos, bastando saber o tom da música e acertar a introdução,<br />
além <strong>de</strong> um inegável virtuosismo quando se tratava <strong>de</strong> apresentar o seu repertório <strong>de</strong> choro<br />
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