Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...
Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...
Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
lá no Catumbi” (Pernambuco 2006). Sobre o Pixinguinha, ele conta: “Não era Pixinguinha,<br />
era Bixiguinha que a vó <strong>de</strong>le chamava...” (Pernambuco 2006).<br />
Com 16 anos, Pernambuco tentou a sorte num programa <strong>de</strong> calouros da Rádio<br />
Mayrink Veiga e teve êxito. Logo seria chamado a tocar em regionais e acompanhar<br />
cantores. Arlindo Ferreira foi quem o batizou <strong>de</strong> Pernambuco do Pan<strong>de</strong>iro. Na década <strong>de</strong><br />
1940, acompanhou Araci <strong>de</strong> Almeida, Angela Maria, Francisco Alves, Ari Barroso,<br />
Adoniran Barbosa, participou dos regionais <strong>de</strong> Henrique Xavier Pinheiro, César Faria e<br />
Dona Paula (pais <strong>de</strong> Paulinho da Viola), Jacob do Bandolim, Claudionor Cruz, Benedito<br />
Lacerda, tocou com Pixinguinha, Carlos Poyares, Waldir Azevedo... Nos anos 1950,<br />
Pernambuco cita dois acontecimentos marcantes para sua carreira: a turnê com Carmélia<br />
Alves (a rainha do baião) pela Europa, quando também morou em Portugal, e a “Primeira<br />
Caravana Oficial da Música Popular Brasileira”, da qual faziam parte Pernambuco, Sivuca,<br />
Guio <strong>de</strong> Moraes, Abel Ferreira e o Trio Irakitan, excursionando pela Europa em missão do<br />
governo brasileiro.<br />
No contexto dos regionais das rádios, os percussionistas eram então chamados<br />
ritmistas. Além do pan<strong>de</strong>iro, Pernambuco tocava também caixeta, ganzá 38 e zabumba. No<br />
pan<strong>de</strong>iro, <strong>de</strong>senvolveu muitos toques diferentes. Tocando <strong>só</strong> as platinelas, ele imita um<br />
ganzá, <strong>uma</strong> frigi<strong>de</strong>ira ou castanholas; friccionando o centro da pele, ele faz <strong>uma</strong> cuíca; com<br />
o <strong>de</strong>dão, ele faz um surdo grave e sonoro... Ao tocar cada parte do pan<strong>de</strong>iro separadamente<br />
ele explica porque o pan<strong>de</strong>iro é <strong>uma</strong> pequena escola <strong>de</strong> samba. Além <strong>de</strong>sses, faz também<br />
estripulias <strong>de</strong> malabarista e um rulo perpétuo, <strong>de</strong>senhando um “8” na pele, toque que ele<br />
chama <strong>de</strong> “cascavel”.<br />
Pernambuco cita outros colegas ritmistas que trabalhavam nas rádios como ele:<br />
Risadinha, Pingo, Gilberto (segundo ele, o pan<strong>de</strong>irista preferido <strong>de</strong> Jacob), Catamilho e<br />
também o então jovem Jorginho do Pan<strong>de</strong>iro. Pernambuco e Catamilho tocavam também o<br />
zabumba. Catamilho era o zabumbeiro <strong>de</strong> Luiz Gonzaga e tinha esse nome, segundo<br />
Pernambuco, porque fazia um tal movimento com os <strong>de</strong>dos quando tocava pan<strong>de</strong>iro que<br />
parecia que ele estava catando milho.<br />
38<br />
Caixeta é <strong>uma</strong> caixinha <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, também chamada woodblock, tocada com <strong>uma</strong> baqueta n<strong>uma</strong> das mãos,<br />
tal qual um tamborim, e às <strong>vez</strong>es <strong>uma</strong> moeda fazendo as “respostas” na outra mão. O ganzá <strong>de</strong> que falamos<br />
aqui é um chocalho <strong>de</strong> forma cilíndrica geralmente feito <strong>de</strong> metal.<br />
96