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Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...

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música popular, ele precisava também modificar o ritmo, foi o que ele me passou. (Nenê<br />

2005)<br />

“Modificar o ritmo” não era apenas apren<strong>de</strong>r os ritmos brasileiros que Hermeto o<br />

ensinava e adaptá-los para a bateria, era também apren<strong>de</strong>r a tocá-los em compassos os<br />

mais variados...<br />

No Quarteto Novo, tinha um samba em sete. Eles tocavam garota <strong>de</strong> Ipanema em 7/4, na<br />

boate... Pegavam qualquer música e faziam em sete. Eu nunca tinha tocado em 7/4. Eu<br />

sabia que existia, mas não era comum. Era chato <strong>de</strong> tocar. Quando eu entrei no Quarteto<br />

Novo, tinha <strong>uma</strong> música... (era <strong>uma</strong> música do Airto), qualquer coisa que eu fizesse, eu me<br />

perdia. Eles dominavam esse negócio e na hora do improviso era pior... eles não davam<br />

nenhum acento no tempo forte, eu tinha que me concentrar. Tocar com compasso composto<br />

no começo é assim, <strong>de</strong>pois você vai dominando e é igual a um dois. Tocar solto sem ficar<br />

marcando o tempo, porque antes eu tocava compasso composto marcando o tempo. Fica<br />

feio quando você faz os acentos, não po<strong>de</strong> ter o acento pra ficar flutuando... Tocar aberto...<br />

(Nenê 2005)<br />

Nenê chama os compassos <strong>de</strong> cinco e sete tempos <strong>de</strong> compassos compostos. Nesse<br />

caso, o termo não tem o mesmo significado da teoria musical clássica européia, on<strong>de</strong><br />

compasso composto é aquele cuja pulsação mínima (ou subdivisão) é três. Aqui Nenê está<br />

se referindo aos compassos que apresentam um número <strong>de</strong> pulsações (unitárias ou<br />

metronômicas) ímpar maior do que 3, geralmente formado pela soma <strong>de</strong> 3+2 ou 3+2+2, ou<br />

seja, apresentam 5 ou 7 pulsações, <strong>de</strong>ntre outras possibilida<strong>de</strong>s.<br />

Apesar <strong>de</strong>sse procedimento adotado pelo Quarteto Novo não ser tão comum na<br />

época, Nenê cita alguns compositores que se aventuraram a explorar compassos diferentes:<br />

Luiz Eça, Edu Lobo. Segundo ele, na Bossa Nova, o samba em três já foi <strong>uma</strong> inovação.<br />

“Depois, teve <strong>uma</strong> época que o Ciro Pereira tocava tudo em 5/4, samba em cinco” (Nenê:<br />

2005).<br />

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