18.04.2013 Views

Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...

Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...

Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

3. Forró Brasil 11<br />

3.1. Luiz Gonzaga: do choro ao baião<br />

A relação <strong>de</strong> Luiz Gonzaga com os gêneros originários do choro não se resume à<br />

sua infância nor<strong>de</strong>stina, assim como a relação do choro com o forró também vai ser<br />

reformulada em outro contexto: os regionais <strong>de</strong> rádio. No início dos anos 1940, já no Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, época em que era sanfoneiro contratado da Rádio Tamoio e da Gravadora<br />

Victor, mas tentava a sorte como cantor, evi<strong>de</strong>ncia-se a experiência <strong>de</strong> Gonzaga no choro:<br />

Gonzaga fora contratado como sanfoneiro e sanfoneiro seguiria sendo, gravando seus<br />

discos solos, e acompanhando os colegas da Victor: Carmem Costa, Bob Nelson [...],<br />

Marilú, A<strong>de</strong>mil<strong>de</strong> Fonseca... pois ninguém melhor que o homem que colocou a sanfona no<br />

choro, gênero predominante no seu repertório então, podia acompanhar a mulher que<br />

inventou o “choro cantado”. Também acompanhava Benedito Lacerda e seu regional, cujo<br />

guitarrista, um certo Dino (futuramente “Sete Cordas”), divertindo-se com aquela cara<br />

redonda <strong>de</strong> sertanejo, o apelidou <strong>de</strong> “Lua”. (Dreyfus 1997: 98)<br />

É exagerado dizer que Gonzaga foi “o homem que colocou a sanfona no choro”,<br />

assim como é exagero dizer que ele inventou o baião. Tal<strong>vez</strong> ele tenha inventado aquele<br />

baião que passou a ser divulgado nas rádios. Em 1953, Jackson do Pan<strong>de</strong>iro já questiona a<br />

paternida<strong>de</strong> do baião, ao gravar a música “Êta Baião”, <strong>de</strong> Marçal Araújo, que sugere <strong>uma</strong><br />

explicação <strong>de</strong> on<strong>de</strong> viria o termo: “Como é bonito ver no alto do sertão/ Os violeiro<br />

rasqueando/ A queimar com o bordão/ Os cabra fazem o <strong>de</strong>safio/ Rima sem per<strong>de</strong>r o fio/ E<br />

assim nasce o baião” (citado por Moura e Vicente 2001: 168). Ainda sobre a origem do<br />

termo, o que Jackson do Pan<strong>de</strong>iro cantava não era apenas <strong>uma</strong> provocação, como explica<br />

Dominique Dreyfus:<br />

O termo baião, sinônimo <strong>de</strong> rojão, já existia, <strong>de</strong>signando na linguagem dos repentistas<br />

nor<strong>de</strong>stinos, o pequeno trecho musical tocado pela viola, que permite ao violeiro testar a<br />

11 “Forró Brasil” é o nome <strong>de</strong> <strong>uma</strong> música <strong>de</strong> Hermeto, gravada no disco Hermeto Pascoal ao vivo em<br />

Montreux.<br />

31

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!