Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...
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em alguns bailes figurava a harmônica ou sanfona, que sozinha animava o salão, tornando<br />
mais direta a relação do músico com o marcante. Mário <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, já em sua época,<br />
atesta: “o acompanhamento tradicional das quadrilhas é a sanfona” (Andra<strong>de</strong> 1999: 414).<br />
Mas a quadrilha <strong>de</strong> que estamos falando é também um gênero musical pertencente<br />
ao universo do choro. Em geral, é formada por cinco partes: a primeira e a terceira parte são<br />
em 6/8 (seis por oito) e as outras três (segunda, quarta e quinta) em 2/4 (dois por quatro).<br />
Inúmeros chorões compuseram quadrilhas, como Joaquim Callado, Henrique Alves <strong>de</strong><br />
Mesquita e “o inesquecível Barata, o sempre lembrado Silveira, o saudoso Metra, o<br />
inolvidável Anacleto” (Gonçalves Pinto 1936: 112).<br />
Câmara Cascudo diz: “no Brasil, em todo lugar se dançou a quadrilha, em cinco<br />
partes, com introdução vibrante, movimentos vivos em 6/8 e 2/4, terminando sempre em<br />
um galope” (Câmara Cascudo 2001: 548). Mas as quadrilhas <strong>de</strong> que fala Alexandre<br />
terminavam com <strong>uma</strong> polca, após a agitação da quinta parte, como <strong>uma</strong> espécie <strong>de</strong> “prêmio<br />
<strong>de</strong> consolação” aos pares <strong>de</strong> namorados: “<strong>uma</strong> polca bem chorosa, bem macia, bem<br />
ca<strong>de</strong>nciada e que compensava perfeitamente os esforços empregados na quadrilha”<br />
(Gonçalves Pinto 1936: 114).<br />
Atualmente, o gênero musical <strong>de</strong>nominado quadrilha, pertencente ao universo do<br />
choro, é praticamente <strong>de</strong>sconhecido.<br />
A quadrilha caiu em completo <strong>de</strong>suso entre os chorões a partir da terceira década do século<br />
XX, tendo sido o único gênero ligado ao choro cuja tradição oral <strong>de</strong>sapareceu<br />
completamente. A partir da década <strong>de</strong> 1990, graças ao violonista Maurício Carrilho, a<br />
quadrilha foi “recriada”, assumindo um caráter mais camerístico, com um andamento mais<br />
lento, que possibilita salientar as belas melodias e o caráter lírico das antigas quadrilhas.<br />
(Paes e Aragão 2005: 19)<br />
Apesar <strong>de</strong>sse ressurgimento da quadrilha enquanto gênero e forma musical, o nome<br />
quadrilha, em nossa época, ainda é predominantemente associado à dança e ao gênero<br />
musical chamado “marcha <strong>de</strong> quadrilha”, tocado nas festas <strong>de</strong> São João por todo o Brasil,<br />
pertencente ao universo do forró e não do choro, como explicado no livro Zabumba<br />
mo<strong>de</strong>rno: “marchas juninas: também chamadas <strong>de</strong> arrasta-pé, marcha <strong>de</strong> quadrilha ou<br />
marchinhas sertanejas [...]. Essa música faz parte do contexto das quadrilhas –<br />
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