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Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...

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po<strong>de</strong> ser agrupada <strong>de</strong> 3 em 3 ou <strong>de</strong> 4 em 4, o que resultaria em 3 ou 4<br />

pulsações unitárias a cada ciclo <strong>de</strong> 12 pulsações mínimas. Se consi<strong>de</strong>ramos<br />

as pulsações unitárias subdivididas em 4, evi<strong>de</strong>ncia-se um “chão”, mas se<br />

consi<strong>de</strong>ramos aquelas subdividas em 3, temos outro “chão”.<br />

chão 1 • • • (pulsação unitária quaternária)<br />

⏐⏐⏐⏐⏐⏐⏐⏐⏐⏐⏐⏐ (pulsação mínima)<br />

chão 2 • • • • (pulsação unitária ternária)<br />

• a pulsação métrica, por sua <strong>vez</strong>, nem sempre é constante, <strong>uma</strong> <strong>vez</strong> que o<br />

compasso não precisa se manter como um ciclo estável;<br />

117<br />

• no entanto, em meio à irregularida<strong>de</strong>, há momentos em que <strong>uma</strong> “levada” ou<br />

base rítmica constante é repetida.<br />

N<strong>uma</strong> breve análise rítmica da música “Coalhada”, po<strong>de</strong>mos reconhecer muitas das<br />

características pertinentes para a compreensão da linguagem rítmica <strong>de</strong> Hermeto. A música<br />

começa com convenções quebradas” <strong>de</strong> baixo, piano e bateria, baseadas no padrão do<br />

tresillo e figuras contramétricas, o garfinho (ou síncope). A parte A aparece em seguida,<br />

com um <strong>uma</strong> frase tocada no tempo e <strong>de</strong>pois a mesma frase <strong>de</strong>slocada. Em seguida, o tema<br />

é atravessado em swingue <strong>de</strong> jazz, alterando o fluxo binário que predominava até então e<br />

sugerindo outro “chão”, baseado nas pontuadas (ε. ε. ε. ε. ε. ε. ε. ε. ), que evi<strong>de</strong>nciam a<br />

pulsação ternária. A bateria faz <strong>uma</strong> cadência, trazendo <strong>de</strong> volta o compasso binário. A<br />

parte B surge atravessando a levada, <strong>de</strong>ssa <strong>vez</strong> dando lugar a <strong>uma</strong> melodia em 5/8, ou seja,<br />

<strong>uma</strong> nova pulsação métrica se apresenta. Toda essa estrutura (A e B) é repetida mais <strong>uma</strong><br />

<strong>vez</strong> e, em seguida, volta <strong>uma</strong> levada <strong>de</strong> samba-jazz, em 2/4, base para os improvisos <strong>de</strong><br />

baixo, piano e bateria. Após os improvisos, a estrutura <strong>de</strong>scrita (A e B) é repetida mais <strong>uma</strong><br />

<strong>vez</strong> e o final do último B <strong>de</strong>semboca n<strong>uma</strong> levada <strong>de</strong> samba rápido que é, em seguida,<br />

<strong>de</strong>sdobrada: a pulsação métrica passa a evi<strong>de</strong>nciar um ciclo maior, enquanto os acentos da<br />

pulsação intermediária evi<strong>de</strong>nciam <strong>uma</strong> melodia em ostinato. Coexistem, até o final, a<br />

marcação do samba lento em 2/4, com o surdo no segundo tempo, e as pulsações<br />

intermediárias caracterizando, um “samba <strong>de</strong> teleco-teco” estilizado.<br />

Se um casal se aventurasse a dançar essa música, teria que inventar passos nada<br />

ortodoxos para conseguir seguir as pulsações e os compassos sugeridos. Isso porque a

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