Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...
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“Briga do cachorro com a onça”, citada acima, que é aqui <strong>de</strong>scrita por Guerra-Peixe, com o<br />
título <strong>de</strong> um dueto, “A onça e o cachorro”:<br />
(1) toque <strong>de</strong> percussão por tempo in<strong>de</strong>terminado; (2) entram os pifes, “imitando os passos<br />
do cachorro”, muda o toque da percussão, a melodia do cachorro se <strong>de</strong>senvolve em forma <strong>de</strong><br />
interlúdio; (3) a “luta”. A onça ataca o cachorro; (4) abatido “o cachorro geme”<br />
(portamentos <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes); daqui há volta ao começo, várias <strong>vez</strong>es; (5) final, reunindo<br />
elementos melódicos diversos. (Guerra-Peixe 1970: 35)<br />
Não por acaso a música <strong>de</strong> Hermeto está repleta <strong>de</strong> sons cotidianos, seja da<br />
natureza, dos bichos ou <strong>de</strong> sons <strong>de</strong> casa. Essa prática <strong>de</strong> Hermeto é constantemente<br />
relacionada à música <strong>de</strong> vanguarda do século XX – música concreta <strong>de</strong> Pierre Schaeffer,<br />
ruidismo futurista <strong>de</strong> Luigi Russolo, uso <strong>de</strong> sons cotidianos por Jonh Cage – ou ao free jazz,<br />
como veremos no próximo capítulo, no entanto, consi<strong>de</strong>ro pertinente relacioná-la<br />
primeiramente às bandas <strong>de</strong> pífano, como o próprio Hermeto reconhece:<br />
Tem aquela coisa que eles gostam muito, <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira, tem a “Briga do cachorro com a<br />
onça”. Eu vivi <strong>isso</strong>, é por <strong>isso</strong> que eu imito as coisas com meus instrumentos, por<br />
exemplo eu pego minha flauta transversa e imito um cachorro, é influência d<strong>isso</strong>.<br />
(Pascoal 2005)<br />
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