Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...
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diferentes técnicas instrumentais e as diferentes formações também vão imprimindo<br />
diferenças aos gêneros. Mas a acentuação rítmica não <strong>de</strong>ixa dúvidas.<br />
3.3. O zabumba do forró<br />
Para falar dos ritmos do forró, falaremos primeiramente <strong>de</strong> um instrumento – o<br />
zabumba – que faz a ponte entre os trios <strong>de</strong> forró e as bandas <strong>de</strong> pífano, como mencionado<br />
por Luiz Gonzaga e como veremos também no capítulo 6.<br />
E<strong>de</strong>r “o” Rocha, percussionista que sistematizou vários ritmos tocados pelo<br />
zabumba, 14 explica que o zabumba é um tambor grave <strong>de</strong> bojo largo, tocado em frente ao<br />
corpo, na diagonal, <strong>de</strong> forma que a mão dominante toque a pele mais grossa, <strong>de</strong> som grave,<br />
e a outra mão toque a pele <strong>de</strong> baixo, mais fina e <strong>de</strong> som agudo. Em geral utiliza-se <strong>uma</strong><br />
baqueta <strong>de</strong> ponta grossa e macia na mão dominante e um bacalhau ou vareta na outra mão.<br />
No caso das bandas <strong>de</strong> pífano, o zabumbeiro po<strong>de</strong> também não utilizar o bacalhau,<br />
percutindo e abafando a pele <strong>de</strong> baixo com a própria mão, como é o caso da Banda Dois<br />
Irmãos, <strong>de</strong> Caruaru. A partir <strong>de</strong> Luiz Gonzaga, esse tambor passou a ser conhecido<br />
principalmente como o “zabumba do forró”.<br />
De acordo com Rocha, embora o zabumba do forró ou zabumba do nor<strong>de</strong>ste seja o<br />
mais conhecido, há também o zabumba do maracatu nação <strong>de</strong> baque virado (também<br />
chamado <strong>de</strong> bombo ou alfaia), <strong>de</strong> Recife; do maracatu <strong>de</strong> Fortaleza; e do boi <strong>de</strong> zabumba<br />
do Maranhão, <strong>de</strong>ntre outros. Em todos esses casos, o que <strong>de</strong>fine o zabumba é a função que<br />
ele <strong>de</strong>sempenha, ou seja, é sempre o grave <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminada tessitura.<br />
Segundo Rocha, esse tambor teria duas origens: o tambor grave das bandas militares<br />
e o omelê, um instrumento grave que seria o ancestral do zabumba no Nor<strong>de</strong>ste, tocado<br />
freqüentemente com a sanfona pé-<strong>de</strong>-bo<strong>de</strong> (oito-baixos). Assim como esta é <strong>uma</strong> versão<br />
mais simples e menos sonora do acor<strong>de</strong>om, o omelê seria o correspon<strong>de</strong>nte do zabumba.<br />
14<br />
E<strong>de</strong>r “o” Rocha participou do grupo Mestre Ambrósio, on<strong>de</strong> ele <strong>de</strong>senvolveu um set <strong>de</strong> percussão a que <strong>de</strong>u<br />
o nome <strong>de</strong> “zabumbateria”. Usarei seu nome na grafia que ele adota em seu método Zabumba mo<strong>de</strong>rno (s.d.),<br />
ou seja, E<strong>de</strong>r “o” Rocha. Participei <strong>de</strong> seu workshop em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005 na Escola <strong>de</strong> Música da UFMG,<br />
on<strong>de</strong> tive acesso a alg<strong>uma</strong>s das informações aqui registradas.<br />
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