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Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...

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dia do Mártir São Sebastião, padroeiro <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> maravilhosa, dia este que tinha o<br />

esplendor das festas <strong>de</strong> todos os lares familiares, realizações <strong>de</strong> casamentos e batizados,<br />

bailes cheios <strong>de</strong> alegria organizados por chorões que com suas harmonias <strong>de</strong>liciavam a<br />

gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong>ste dia. Depois o Carnaval com as cinzas precursoras da Semana Santa.<br />

(Gonçalves Pinto 1936: 64)<br />

Havia também um lugar chamado “Ponto dos chorões”, on<strong>de</strong> “imperava o chôro nas<br />

festas <strong>de</strong> Santo Antônio, São João, São Pedro e Sant’Anna” (Gonçalves Pinto 1936: 95).<br />

Ainda sobre as festas <strong>de</strong> São Francisco: “Também eram encontrados muitos músicos<br />

chorões que combinavam boas patuscadas” (Gonçalves Pinto 1936: 95).<br />

Todas as festas, primeiramente animadas pelas bandas <strong>de</strong> escravos e homens livres<br />

<strong>de</strong>pois já pelos choros da cida<strong>de</strong>, eram festas do calendário religioso, com exceção, é claro,<br />

do carnaval. Sobre a relação dos chorões com as festas, Alexandre Gonçalves Pinto<br />

conclui: “festas estas que tinham resplendor e <strong>de</strong>votamento em cada um chorão da velha<br />

guarda, no correr do ano” (Gonçalves Pinto 1936: 65). As funções eram animadas e a<br />

presença dos chorões, ou seja, dos con<strong>junto</strong>s <strong>de</strong> flauta, violão, cavaquinho e oficlei<strong>de</strong>, 23<br />

principalmente, era indispensável. Além das oito festas principais, sete do calendário<br />

religioso e <strong>uma</strong> profana, o carnaval, havia ainda as festas <strong>de</strong> casamento e batizado, e as<br />

serenatas A partir <strong>de</strong>ssas constatações, Tinhorão <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que<br />

o choro é mais <strong>uma</strong> contribuição indireta da Igreja Católica, no Brasil, às alegres<br />

manifestações pagãs das camadas populares. Sob o título “A Alvorada da Música” [...],<br />

Alexandre Gonçalves Pinto dá a enten<strong>de</strong>r – mais do que diz, expressamente – que a origem<br />

do choro por ele <strong>de</strong>cantado em suas memórias dos velhos chorões estaria nas bandas que<br />

saíam a tocar nas festas <strong>de</strong> igreja [...]. (Tinhorão 1997: 112)<br />

Ainda segundo Tinhorão, a origem do choro carioca remonta às bandas <strong>de</strong> músicas<br />

<strong>de</strong> escravos das fazendas fluminenses e da própria corte, na segunda meta<strong>de</strong> do século XIX.<br />

No início do século XX, os con<strong>junto</strong>s que tocavam nas casas eram tantos que alg<strong>uma</strong>s<br />

passaram a ficar conhecidas pela presença dos melhores músicos. Como exemplo, as festas<br />

<strong>de</strong> Machadinho, que duravam dias seguidos, nas quais os chorões se re<strong>vez</strong>avam para<br />

23 Oficlei<strong>de</strong> é um instrumento <strong>de</strong> sopro grave, muito utilizado nos primórdios do choro para fazer os<br />

contracantos, seria um híbrido <strong>de</strong> fagote e bombardino.<br />

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