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Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...

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linguagem rítmica aqui não realiza um discurso linear, mas um caminho quebrado por<br />

convenções e mudanças <strong>de</strong> pulsação, <strong>de</strong> acentuação. Um discurso musical que instiga mais<br />

à audição e à percepção do que ao movimento coor<strong>de</strong>nando e ca<strong>de</strong>nciado <strong>de</strong> <strong>uma</strong> dança a<br />

dois.<br />

10.3. Aqui não é baile<br />

Desenvolvendo a linguagem rítmica iniciada por Airto Moreira, no Quarteto Novo,<br />

além do aprendizado <strong>de</strong> ritmos próprios das tradições populares nor<strong>de</strong>stinas e da adoção <strong>de</strong><br />

compassos os mais variados, Nenê passou também a <strong>de</strong>senvolver um estilo <strong>de</strong> tocar bateria<br />

em contraponto e em diálogo com os outros instrumentos, e não apenas mantendo <strong>uma</strong> base<br />

regular. Sobre esse estilo, agora já no grupo <strong>de</strong> Hermeto, Nenê <strong>de</strong>staca o disco Zabumbêbum-á.<br />

A partir do Zabumbê-bum-á, a bateria passou a ser um instrumento atuante não <strong>só</strong> como<br />

instrumento <strong>de</strong> base, até esse momento acompanhava o pianista e o baixista, mas a partir<br />

daí a bateria tocava com todo mundo, interferindo, sugerindo coisas... (Nenê 2005)<br />

Ora, se estamos falando <strong>de</strong> bateria brasileira e vamos analisar (no tópico 10.5)<br />

justamente <strong>uma</strong> música <strong>de</strong>dicada ao Radamés, a fala <strong>de</strong> Nenê nos remete diretamente a<br />

outro baterista que não po<strong>de</strong>mos esquecer, Luciano Perrone, companheiro inseparável do<br />

maestro. Oscar Bolão 47 é quem o apresenta:<br />

Um dos expoentes da percussão no Brasil, consi<strong>de</strong>rado por muitos o pai da bateria<br />

brasileira. [...] Nascido no Rio <strong>de</strong> Janeiro em 1908, aos 14 anos começou a tocar<br />

profissionalmente no antigo cinema O<strong>de</strong>on. Nessa época, a bateria ainda não era como hoje<br />

a conhecemos: resumia-se a <strong>uma</strong> caixa colocada sobre <strong>uma</strong> ca<strong>de</strong>ira e um prato pendurado<br />

na gra<strong>de</strong> que separava os músicos da platéia. (Bolão 2003: 135)<br />

47<br />

Oscar Bolão é baterista e percussionista, seguidor do estilo <strong>de</strong> Luciano Perrone. Além <strong>de</strong> tocar nos grupos<br />

Pife Mo<strong>de</strong>rno, Coreto Urbano e no Sexteto Maurício Carrilho, Bolão ministra aulas <strong>de</strong> percussão na Escola<br />

Portátil <strong>de</strong> Música. Fiz <strong>uma</strong> oficina <strong>de</strong> percussão com ele no já citado segundo Festival <strong>de</strong> Choro, em Men<strong>de</strong>s.<br />

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