Tudo isso junto de uma vez só: - teses.musicodobra...
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grupo <strong>de</strong> choro Galo Preto. Apesar <strong>de</strong> não ser propriamente um choro, mas um baião,<br />
“Bebê”, como já foi dito, também foi gravada por grupos <strong>de</strong> choro.<br />
Ao falar sobre os choros <strong>de</strong> Hermeto, Bahia <strong>de</strong>staca harmonia e melodia: “No<br />
choro, ele faz <strong>uma</strong> sofisticação em seus elementos, sobretudo harmonia e melodia. O que<br />
eu noto é que ele respeita o idioma do choro, mas ele brinca também com a parte rítmica”<br />
(Bahia 2005). Sobre a parte rítmica, Bahia cita a recorrência <strong>de</strong> quiálteras, elemento que<br />
Hermeto <strong>de</strong>senvolve ao brincar com a divisão rítmica, fazendo as alterações transpassarem<br />
a melodia várias <strong>vez</strong>es, naturalmente. A “sofisticação” parece estar também nas melodias<br />
cheias <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes e cadências que surpreen<strong>de</strong>m.<br />
Uma das características que geralmente surpreen<strong>de</strong> na música <strong>de</strong> Hermeto Pascoal é<br />
a transformação dos ritmos brasileiros tradicionais (baião, maracatu, frevo etc) através da<br />
mistura entre elementos <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les, da mudança <strong>de</strong> compasso ou da adoção<br />
<strong>de</strong>liberada <strong>de</strong> compassos <strong>de</strong> 5 ou 7 tempos, que não são comuns em nossa tradição musical.<br />
Márcio Bahia apren<strong>de</strong>u gran<strong>de</strong> parte dos ritmos brasileiros com Hermeto. Sobre<br />
essa aprendizagem ele diz que Hermeto “sempre mistura com outras coisas, ele muitas<br />
<strong>vez</strong>es mostra o ritmo já híbrido” (Bahia 2005). No Calendário do som, o próprio Hermeto<br />
assume a mistura, ao falar da composição do dia 25 <strong>de</strong> outubro: “Esta música é <strong>uma</strong><br />
mistura <strong>de</strong> chorinho com baião, samba e com tudo. Assim como o tempo muda, tudo tem<br />
que evoluir sempre” (Pascoal 2000: 147).<br />
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