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Genismo - Stoa

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Primeiramente, deveremos constatar que o “sentir” não se restringe<br />

aos seres humanos, e nem mesmo a organismos “vivos”. A questão<br />

do sentir vai mesmo além do conceito do que seja “vida”. Para<br />

entendermos isso, façamos um experimento mental: suponhamos<br />

que se coloquem, num hipotético computador hiper-poderoso, as<br />

leis físicas de um universo -como o nosso, por exemplo- com suas<br />

entidades básicas, as suas partículas elementares, e também um<br />

dado estado inicial para cada uma das partículas. Com este modelo,<br />

este hiper-computador poderia, a partir deste estado inicial, simular<br />

o desenvolvimento futuro do universo, como o “Big-Bang”, a<br />

formação de estrelas, de planetas, e eventualmente, o surgimento da<br />

vida que, eventualmente, poderia evoluir para a vida inteligente.<br />

Note que este universo é virtual, um modelo matemático submetido<br />

a uma simulação computacional. Neste nosso modelo não existe, na<br />

realidade, um único neurônio real, nem mesmo uma única molécula<br />

orgânica ou mesmo de água. Tudo, neste universo, acontece na<br />

memória e no(s) processador(es) deste computador hipotético de<br />

silício e metal. Entretanto, os sentimentos que surgirem dentro deste<br />

universo virtual, com seus seres virtuais, serão, de fato, reais. E, na<br />

verdade, nem mesmo podemos provar que nosso próprio universo<br />

não seja também um universo virtual que esteja sendo simulado em<br />

algum “meta-universo”! [3] Mas, mesmo assim, as sensações e<br />

sentimentos existem (“Sinto, logo existo.”).<br />

O conceito do sentir também é extremamente importante, como<br />

veremos posteriormente, para a definição de uma ética universal,<br />

baseada na fórmula jocaxiana de felicidade [1], bem como no<br />

desenvolvimento do projeto Felicitax [2].<br />

Primeira abordagem<br />

Muitos tentam abordar a questão do sentir apelando para o<br />

dualismo. Descartes foi o filósofo mais importante que defendeu<br />

esta abordagem, por isso o dualismo é também conhecido como<br />

“dualismo descartiano”. O dualismo é um conceito que afirma<br />

existirem entidades em nosso universo que não são regidas por leis<br />

físicas. Nossa mente e nossa consciência, segundo o dualismo, não<br />

seriam regidas por entidades materiais, e sim por entidades ditas<br />

'imateriais', que seriam “definidas” por alguns conceitos religiosos<br />

obscuros como almas e/ou espíritos.<br />

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