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Genismo - Stoa

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exemplo: os mesmos genes que formam as mãos de uma pessoa ou<br />

então seu estômago ou pernas são muito similares uns dos outros. A<br />

consciência também pode ser vista como uma estrutura física – uma<br />

sub-rede neural- construída por determinados genes para uma<br />

determinada função. Assim, a capacidade de sentir de uma pessoa<br />

não deve ser muito diferente em relação à de outra qualquer. Para<br />

entendermos isso, vamos supor que a consciência – entendida como<br />

um órgão do cérebro, não a memória, seja idêntica em todas as<br />

pessoas. Através da nossa capacidade de abstração, podemos pensar<br />

que não faz tanta diferença se é o outro que sente o prazer ou nós<br />

mesmos, desde que o prazer seja sentido pela mesma consciência já<br />

que são similares. O que mudaria seria apenas a localização no<br />

espaço da consciência e não a capacidade de sentir ou o sentimento<br />

sentido em si.<br />

Vamos explicar um pouco mais detalhadamente, pois essa idéia será<br />

necessária quando estivermos analisando o genismo: devemos<br />

pensar em nossa consciência (sem a memória) como uma espécie de<br />

órgão, uma estrutura física responsável por uma determinada função<br />

biológica, como os rins ou o coração. Agora, vamos fazer uma<br />

hipótese irreal apenas para entendermos o conceito: suponha que<br />

esta sub-rede neural – a consciência - fosse idêntico em todas as<br />

pessoas. Então, nossa consciência seria preservada, após nossa<br />

morte, nas outras pessoas que não morreram. Com nossa morte, a<br />

memória se perderia mesmo, mas a consciência, como capacidade<br />

de sentir e pensar, nessa nossa hipótese, não se perderia. Se você,<br />

leitor, perdesse totalmente a memória, você deixaria de pensar que<br />

seu “eu” acabou? Que você deixou de ser você? Provavelmente,<br />

não. Portanto, o principal do seu “eu” não está em sua memória, e<br />

sim na sua consciência. Por isso, nós poderíamos “empaticamente”<br />

imaginar que se nosso corpo morresse, e junto a ele nossa<br />

consciência, na verdade nossa consciência não teria morrido já que,<br />

na nossa hipótese de consciências idênticas, ela estaria viva em<br />

outros corpos. Mas, claro, com outra memória. Entretanto, nossa<br />

consciência não é idêntica às de outras pessoas, embora possa haver<br />

bastante similaridade. De qualquer modo, ainda podemos, de acordo<br />

com o grau de similaridade entre as consciências reais, pensar que,<br />

segundo o empatismo, ainda temos um determinado grau de<br />

imortalidade.<br />

--//--<br />

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