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Genismo - Stoa

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caso do nosso exemplo, de estudarmos ou irmos à praia, deveríamos<br />

considerar também que, se nossa chance de passar na faculdade for<br />

quase zero, mesmo que estudássemos muito, não valeria a pena<br />

perder aquela tarde de sol, e assim poderíamos decidir, talvez<br />

sabiamente, neste caso, ir à praia.<br />

A expectativa de felicidade futura, na forma de esperança, também<br />

é uma forma de prazer que influi na felicidade de curto prazo. A<br />

expectativa de um prazer no futuro, mesmo que na prática seja<br />

totalmente irrealizável, pode fazer-nos sentir como se estivéssemos<br />

no caminho de nossa meta interna, e assim agüentarmos com mais<br />

firmeza as agruras pelas quais temos de passar para consegui-la.<br />

Essa estratégia, de apelar para uma esperança (que às vezes tem<br />

probabilidade zero), é amplamente utilizada pelas religiões para<br />

conseguir a obediência de seus fiéis e, claro, também seus dízimos.<br />

5.14 O Problema da Morte<br />

Muitos temem a morte, horrorizam a morte, mas não entendem a<br />

morte. Se lhes perguntássemos “Qual o problema da morte?”,<br />

obteríamos muitas respostas, mas dificilmente a resposta mais<br />

correta. O problema da morte não está na dor que ela causa ao ser<br />

que está morrendo. Muitas pessoas morrem sem dor, e outras têm as<br />

maiores dores possíveis sem, no entanto, morrerem. O problema da<br />

morte também não está no medo do desconhecido, para onde<br />

“vamos” após a morte, pois a maioria das pessoas tem alguma<br />

religião que lhes promete um lugar bastante confortável no “além”,<br />

e mesmo assim temem a morte. Uma abordagem evolutiva, dizendo<br />

que tememos a morte porque os que não temiam morreram sem<br />

deixar estes genes corajosos às próximas gerações, é válida, mas<br />

ainda assim não diz tudo. O principal problema da morte é a<br />

felicidade *deixada* de ser sentida pelo que morreu. A partir do<br />

momento em que morremos, a nossa contribuição pessoal de<br />

felicidade torna-se zero. Sem o “sentir” não há felicidade. Por esta<br />

razão ficamos mais indignados quando um jovem morre do que um<br />

idoso. Se, por exemplo, a felicidade média de um ser humano que<br />

dura 80 anos for de 100 Jx, uma criança que viveu apenas 10 Jx de<br />

felicidade, em sua curta existência, deixaria de usufruir uma<br />

felicidade, em média, de cerca de 70 Jx, enquanto um idoso deixaria<br />

de usufruir, dependendo da idade de sua morte, por exemplo,<br />

apenas 5 Jx de felicidade. A perda de felicidade de uma criança,<br />

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