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Genismo - Stoa

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inescrupulosas, de visão curta, ou de má fé, ou não, possam tentar<br />

desviar o objetivo do genismo, deturpando-o. Isso poderia ser feito<br />

estabelecendo-se, por exemplo, como decisão política, a escolha de<br />

qual GRUPO deveria ter sua felicidade maximizada. E isso é<br />

extremamente perigoso: alguns podem querer que a felicidade a ser<br />

maximizada esteja restrita, por exemplo, a alguma espécie, outros a<br />

uma nação ou país, outros ainda a um determinado grupo étnico.<br />

Entretanto, a “Meta-ética-científica”, da qual o genismo é parte,<br />

advoga que o grupo deve ser tomado como o conjunto de todos os<br />

seres sencientes (capazes de sentir) e isso significa que o grupo não<br />

se restringe à espécie humana.<br />

Bois, gatos, cães, ratos, baratas, pulgas e tudo mais que seja capaz<br />

de sentir deveriam estar envolvidos no grupo genista, uma vez que<br />

estes seres são, em princípio, também capazes de sentir. Isto, à<br />

primeira vista, parece bastante estranho e radical, mas, como já<br />

vimos, não é. O que acontece é que nosso cérebro possui cerca de<br />

100 bilhões de neurônios e um animal, como, por exemplo, uma<br />

pulga, possui talvez apenas algumas poucas centenas. Além disso, a<br />

função de prazer pode crescer, por exemplo, exponencialmente com<br />

a quantidade de neurônios ou com o tipo de organização interna, e<br />

não necessariamente de forma linear.<br />

O que eu quero dizer é que os organismos não têm o mesmo peso<br />

no computo da felicidade total. A felicidade depende da capacidade<br />

de sentir de cada organismo. O sofrimento de um único cérebro<br />

humano, por exemplo, poderia ser de tal magnitude que justificasse,<br />

hipoteticamente, a eliminação de toda uma espécie que o fizesse<br />

sofrer, como, por exemplo, a que causa a cólera, ou a das pulgas.<br />

Dessa forma, se a capacidade de sentir humana é maior, deveríamos<br />

ter também mais direitos que outras espécies com menor capacidade<br />

de sentir. Além disso, a “meta-ética-científica” estabelece que a<br />

felicidade deve ser computada no maior período de tempo possível,<br />

assim, a inteligência é um aspecto fundamental, já que através dela<br />

poder-se-ia evitar o fim do planeta por uma colisão de meteoro, ou<br />

mesmo evitar o fim da vida (e da felicidade do planeta) como está<br />

previsto para daqui a 4 bilhões de anos com a explosão do Sol.<br />

Tudo isso deve ser levado em consideração (e a nosso favor) na<br />

integral da felicidade geral.<br />

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