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Genismo - Stoa

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libido, e, principalmente, a satisfação dos sentimentos que geram<br />

sofrimento – os “sentimentos conjugados” - como, por exemplo, o<br />

saciar da sede (conjugado da sede), o saciar da fome (conjugado da<br />

fome) etc.<br />

Um exemplo simples ajudará a elucidar estes conceitos. Vamos<br />

considerar como “Gp” a unidade do nível de gene-perpetuação<br />

(ainda não definido). Os valores são fictícios, apenas para fixar<br />

idéias: suponha que o cérebro de um organismo avalia o seu NGP<br />

do momento em 100 Gp. Em seguida, ele começa a ter fome, que no<br />

momento não pode ser saciada. A fome indica uma necessidade<br />

corporal básica que, se não for satisfeita, pode, inclusive, levar o<br />

organismo à morte. Essa fome faz com que o NGP do organismo<br />

caia de 100 Gp para 99,5 Gp. A queda do NGP indica uma perda de<br />

sua capacidade Gene-Perpetuativa e, portanto, o sentimento é de<br />

sofrimento, pois acarretou uma queda do NGP. Agora, o organismo<br />

tem um NGP de 99,5 Gp, então começa a buscar alimento, e, por<br />

fim, encontra-o. Ao começar a saciar a fome, surge o prazer (o<br />

sentimento conjugado da fome). É um sentimento de prazer porque<br />

faz aumentar o NGP do organismo continuamente, dos 99,5 Gp para<br />

100,2 Gp, já que agora está satisfeito e de barriga cheia.<br />

É importante salientar que sentimentos que outrora, em nosso<br />

passado evolutivo, nos eram úteis, e que sua não satisfação pudesse<br />

indicar um desvio na meta do organismo – uma diminuição do<br />

NGP-, em nossa sociedade atual podem não ter mais a mesma<br />

utilidade. Tais sentimentos podem estar obsoletos em muitas<br />

ocasiões em que, porventura, surjam no nosso mundo moderno, e<br />

serem até mesmo perigosos para a meta do organismo. Dessa forma,<br />

a não satisfação destes sentimentos, embora possa gerar uma<br />

infelicidade no curto prazo, no longo prazo pode gerar mais<br />

felicidade. Se, por exemplo, somos acometidos de um sentimento de<br />

ódio, ou de ciúmes, entre outros, que em nosso passado evolutivo<br />

significava que, pelo bem de nossos genes, deveríamos prontamente<br />

saciá-lo através de, por exemplo, uma agressão física, e que tal<br />

satisfação faria nossa felicidade de curto prazo aumentar, hoje isso<br />

não necessariamente permanece válido. Muito pelo contrário: uma<br />

ação agressiva pode trazer muito mais infelicidade no longo prazo<br />

do que felicidade, mesmo que seu prazer conjugado nos alivie a<br />

angústia momentaneamente. O mesmo é válido para outros<br />

sentimentos nefastos como a vingança, a inveja etc. Alguém em sã<br />

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