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Genismo - Stoa

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Além disso, assevera-se que tais entidades poderiam sobreviver à<br />

morte do corpo físico. Estas entidades, segundo estas crenças,<br />

seriam as verdadeiras portadoras de nossa consciência. Tais<br />

‘explicações’ dualistas, além de serem desprovidas de quaisquer<br />

evidências científicas, introduzem mais problemas a serem<br />

decifrados do que soluções, já que todo um universo de questões<br />

sobre estas entidades também precisaria ser respondido, como, por<br />

exemplo: “De onde ou como surgiram estas entidades imateriais?”;<br />

“Como elas interagem com o mundo físico?“<br />

Entretanto, como nunca se mostrou nenhuma evidência da real<br />

existência de tais entidades, e por se mostrarem desnecessárias, elas<br />

contrariam a “Navalha de Ocam”. Devemos, portanto, descartá-las<br />

em favor de hipóteses mais simples e não dualistas. É aqui que<br />

entra o monismo: até que se prove o contrário, tudo deve ser<br />

explicado por entidades físicas como partículas, energia, espaço etc.<br />

Você leitor, se quiser tentar sentir a dificuldade do problema,<br />

poderá tentar por si mesmo, antes de continuar a leitura, definir o<br />

que seria o “sentir” para você, e verificar se sua definição é<br />

compatível com o que normalmente temos em mente, e também<br />

com o exposto acima. Lembre-se que a definição do sentir, como<br />

vimos, não pode se restringir a seres vivos, e, por isso, o problema<br />

torna-se ainda mais difícil.<br />

Minha primeira e fracassada investida para tentar atacar o<br />

“problema do sentir” foi através de uma abordagem funcional: se<br />

algo age, ou reage, como se sentisse, poderíamos dizer que este algo<br />

sentiria. Entretanto, dentro desta abordagem, deveríamos concluir<br />

que uma simples mola de aço também sentiria, já que uma mola<br />

reage como se “quisesse” voltar à sua posição original, como se não<br />

“gostasse” de ser comprimida. A importância de se achar uma boa<br />

definição para o sentir é possibilitar uma quantificação matemática<br />

dos sentimentos – a base para uma ética universal. Nesta primeira<br />

abordagem funcional, se uma simples mola pudesse sentir, então a<br />

soma de um número enorme de outras molas poderiam sentir muito<br />

mais do que uma única, e poderiam até mesmo suplantar o sentir de<br />

um ser humano! E isso poderia levar a uma ética, ou justiça, na qual<br />

a somatória do sentir de um conjunto de molas fosse mais<br />

importante que a vida de um ser humano! Isso não me parecia algo<br />

muito natural e abandonei definitivamente esta abordagem quando,<br />

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