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Genismo - Stoa

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em termos de MEC, manter uma única pessoa em estado vegetativo,<br />

ocupando um caro leito hospitalar público, apenas para que sua<br />

morte não entristecesse seus pais, enquanto com o mesmo custo<br />

diário, poder-se-ia estar salvando outras vidas que certamente se<br />

perdem por falta de recursos, como um simples antibiótico ou uma<br />

caixa de soro contra desidratação. À primeira vista parece que os<br />

aparelhos deveriam ser mesmo desligados. Mas, se utilizarmos a<br />

MEC com mais cuidado, perceberemos que isso é falso. Nessa<br />

análise apressada estamos esquecendo de avaliar o real número de<br />

pessoas envolvidas na ação. Quer achemos justo ou não, as pessoas<br />

se entristecem em saber que uma jovem vai ser deixada para morrer<br />

de inanição porque não tem mais condições de sobreviver sem os<br />

aparelhos. Literalmente, centenas de milhões de pessoas, que<br />

acompanharam o caso pela mídia, ficariam um pouco mais tristes<br />

em suas vidas, decrescendo a felicidade de todos, se os médicos<br />

desligassem os aparelhos e Terry morresse. Esse número enorme de<br />

pessoas que se entristeceriam um pouquinho com a morte da Terry,<br />

multiplicadas por esse decréscimo de felicidade de cada um, por<br />

certo causaria um decréscimo maior na felicidade total do planeta<br />

do que se não desligassem as máquinas (a menos que a mídia<br />

também veiculasse as crianças à beira da morte que seriam salvas<br />

com estes mesmos recursos). Então, por causa da mídia, parece-nos<br />

que a melhor opção é não desligar os aparelhos e deixá-la viver. Ou<br />

seja, o simples fato de a mídia ter publicado o problema fez com<br />

que sua solução mudasse completamente. (É como se o observador<br />

estivesse interferindo no resultado da observação, algo realmente<br />

digno de uma ‘ética-quântica’). Para uma análise mais detalhada<br />

desta questão sugiro a leitura de “Terry Schiavo e a M.E.C.” [Cap.<br />

IV.2]<br />

b) Ser ou não ser Vegetariano?<br />

Outro problema que pode ser estudado de forma objetiva pela MEC<br />

é a questão de ser ético ou não comer carne animal. O pensamento<br />

tradicional professa que comer carne animal implica no abate e<br />

morte dos animais que são comidos. E que adotar o cardápio<br />

vegetariano seria uma postura para não contribuir com estas mortes,<br />

e, portanto, seria uma decisão mais ética. Seria esta análise correta?<br />

O “vegetarianismo” seria a forma mais ética de alimentação? Uma<br />

análise cuidadosa do estudo da felicidade dos organismos<br />

envolvidos mostra que esta conclusão é apressada (para detalhes<br />

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