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Genismo - Stoa

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neste exemplo, é, portanto, 14 vezes maior que a de um idoso.<br />

Assim, o problema principal da morte é a felicidade deixada de ser<br />

sentida.<br />

5.15-A Felicidade e os Genes<br />

Nessa nossa análise pragmática, pudemos deduzir que os<br />

sentimentos estão intrinsecamente relacionados ao passado<br />

evolutivo dos organismos. Como os organismos são produtos da<br />

seleção natural, e a seleção natural preserva os genes e não os<br />

organismos, nós concluímos que os sentimentos estão diretamente<br />

relacionados às ações que dirigiam o organismo na sua busca<br />

(instintiva) pela sua perpetuação genética.<br />

Entretanto, a felicidade, na sua definição, é um conceito que<br />

independe da estrutura física do organismo. A ligação da felicidade<br />

aos genes é decorrente da evolução darwiniana dos sentimentos e<br />

não uma propriedade intrínseca da felicidade. São possíveis<br />

situações em que existe aumento de felicidade em detrimento da<br />

perpetuação genética. Isto pode ocorrer em situações muito<br />

peculiares e artificiais. Por exemplo, suponha que se invente uma<br />

máquina “matrixiana de felicidade” na qual o indivíduo possa ser<br />

“plugado” através de, por exemplo, eletrodos em regiões de prazer<br />

de seu cérebro. E a máquina se incumbiria de maximizar a<br />

felicidade do organismo sem que ele precisasse mover um único<br />

músculo. Ele poderia estar ligado a tubos de alimentação, e passar<br />

assim o resto da vida sendo alimentado e viver no seu paraíso<br />

particular e ilusório. Perceba que, neste exemplo, maximizamos a<br />

felicidade do indivíduo com claro prejuízo para a sua geneperpetuação,<br />

já que do ponto de vista dos seus genes esta situação<br />

seria pior que a morte: ele não estaria ajudando ninguém, e, além<br />

disso, estaria consumindo grande quantidade de recursos (claro que<br />

a máquina deveria simular que ele estaria ajudando o mundo todo<br />

como um grande cientista ou um importante político, ou ainda um<br />

ídolo de rock mundialmente conhecido). Se você, leitor, fosse<br />

convidado a entrar nesta máquina “matrixiana de felicidade”, e<br />

viver o resto da vida neste paraíso ilusório, você aceitaria? É uma<br />

pergunta difícil de responder, de qualquer modo, estes casos são<br />

bastante artificiais e raros, uma vez que, em geral, a felicidade é<br />

decorrente da evolução darwiniana e, portanto, como vimos,<br />

intrinsecamente ligada à perpetuação genética.<br />

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