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Genismo - Stoa

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Tudo se passa exatamente COMO SE os genes tivessem a intenção,<br />

o objetivo, a finalidade expressa de se perpetuarem. Mas, até prova<br />

em contrário, não o tem. Porém, eles construíram máquinas que, de<br />

fato, estas sim, têm vontades, sentimentos e desejos e que<br />

trabalham, mesmo sem saber disso, para fazê-los perpetuarem! Os<br />

genes construíram corpos com cérebros que têm fome, sentem dor,<br />

tem libido, amam etc. "para" perpetuá-los. O "para" vai entre aspas<br />

porque os genes, em princípio, não têm objetivos. Os corpos, os<br />

cérebros que eles criaram podem ter. Os genes que construíram<br />

corpos que fracassaram em perpetuá-los desapareceram. Os que<br />

tiveram sucesso sobreviveram, e estão em nós, “querendo” a mesma<br />

coisa: continuarem se propagando de corpos em corpos através dos<br />

tempos, em suma,: “querem” a imortalidade.<br />

A natureza apresenta muitas estratégias que provam que o que está<br />

em jogo não é a sobrevivência do indivíduo, e sim a dos genes que<br />

ele transporta. Por exemplo, pensava-se no passado que o crocodilo<br />

fêmea devorava seus filhotes quando saiam de seus ninhos na areia,<br />

mas foi verificado, posteriormente, que ela apenas os colocava na<br />

boca, não os engolia nem mastigava-os, apenas levava-os em<br />

segurança para o rio, onde ficavam sob sua proteção. Existe,<br />

inclusive, uma espécie de peixe que, para proteger seus filhotes,<br />

guarda-os dentro de sua boca e os solta quando percebe que o<br />

ambiente está seguro. Como estes, existem uma infinidade de<br />

exemplos mostrando a supremacia da perpetuação genética em<br />

relação à sobrevivência física. O livro O Gene Egoísta, de Dawkins,<br />

está recheado de exemplos e explicações que demonstra o<br />

paradigma ‘gene-perpetuativo’ da vida. Isso é fato, e é também a<br />

base da "Psicologia-Evolucionista" e do genismo.<br />

Quando falamos de objetivo como intenção consciente, a coisa<br />

complica, pois podem existir tantos objetivos conscientes quantos<br />

são as pessoas que os cultivam. Alguns indivíduos, por exemplo,<br />

têm o objetivo expresso de servir exclusivamente a Deus, e assim<br />

tornam-se celibatários, passam a vida a rezar e a cultuar seu Deus.<br />

Podem chegar até mesmo a se enclausurar (como as carmelitas)<br />

para terem mais eficácia em seus objetivos de agradar seu Deus e<br />

assim conquistarem uma boa vaga no paraíso. Neste caso<br />

específico, eles, celibatários, tomam um rumo na vida que vai<br />

contra seu imperativo biológico, contra seus genes, provocando<br />

auto-sofrimento e podando grande parte de felicidade que poderiam,<br />

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